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Alarmantes taxas de mortalidade infantil em Moçambique: 60 em cada mil crianças falecem anualmente

Em Moçambique, 60 crianças por cada mil nascidas morrem anualmente devido a doenças. Apesar da redução histórica da mortalidade, o desafio de salvar vidas persiste, alerta o Instituto Nacional de Saúde.

21/07/2025 16:35
Alarmantes taxas de mortalidade infantil em Moçambique: 60 em cada mil crianças falecem anualmente

De acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde (INS), Moçambique enfrenta um grave problema de mortalidade infantil, com 60 em cada mil crianças menores de cinco anos a falecer por ano devido a diversas doenças. Este problema reflete-se em estatísticas globais preocupantes, que contabilizam quase cinco milhões de mortes infantis anualmente.

O diretor-geral do INS, Eduardo Samo Gudo, destacou que, entre 1997 e 2023, a taxa de mortalidade infantil no país caiu de 201 para 60 por mil, considerando este um avanço significativo e sem precedentes. "Nunca antes a probabilidade de uma criança sobreviver além dos cinco anos foi tão elevada", afirmou, durante a conferência de imprensa que anunciou o Fórum Global de Inovação e Ação para Imunização e Sobrevivência Infantil — 2025, que decorre em Maputo.

Samo Gudo, no entanto, sublinhou que Moçambique ainda enfrenta grandes desafios relacionados à redução de mortes atribuídas a doenças evitáveis, como malária, diarreias e pneumonia. "Não estamos satisfeitos com 60 mortes por mil nados vivos; o setor da saúde está comprometido em implementar várias iniciativas para atingir a meta dos ODS 3.2, que visa reduzir a mortalidade infantil para 25 por mil até 2030", afirmou.

O governo moçambicano está a revitalizar o sistema nacional de saúde, através da construção de novas unidades de saúde, formação rápida de especialistas em saúde materno-infantil e melhorias no diagnóstico das doenças que afetam as crianças.

O Fórum, que conta com a presença de mais de 300 delegados de 29 países, incluindo altos representantes da saúde mundial, é organizado em colaboração com várias instituições, como a Fundação Bill and Melinda Gates e a Unicef. A abertura do evento foi feita pelo presidente moçambicano, Daniel Chapo.

Samo Gudo enfatizou que o fórum também vai discutir soluções inovadoras para acelerar o combate à mortalidade infantil e estabelecer novos compromissos políticos nesta causa. Ele referiu que, globalmente, a mortalidade infantil caiu de cerca de 12,8 milhões de mortes por ano em 1990 para 4,8 milhões em 2023, o que representa uma redução de cerca de 60% e a salvaguarda de 160 milhões de vidas infantis.

No entanto, alertou que desde 2015, a taxa de redução da mortalidade infantil tem abrandado, com o risco de muitos países africanos não alcançarem as metas estabelecidas pelos ODS. A média de mortalidade infantil em África é de aproximadamente 67 mortes por mil, uma realidade que ilustra o peso deste problema no continente.

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