Desporto

Boavista planeia formação de equipa sénior autónoma a partir de 2025/26

O Boavista projeta a criação de uma equipa sénior independente da SAD para a época 2025/26, com foco na manutenção dos valores do clube e no controlo total do futebol.

há 4 horas
Boavista planeia formação de equipa sénior autónoma a partir de 2025/26

O Boavista está determinado em estabelecer uma equipa sénior de futebol desvinculada da sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD) na temporada 2025/26, conforme anunciado pelo clube em uma carta dirigida aos associados, da qual a agência Lusa teve conhecimento.

A missiva, assinada pelo presidente Rui Garrido Pereira, revela que a iniciativa visa garantir a continuidade do futebol sénior sob a alçada do próprio clube, mesmo perante a incerteza do futuro da SAD. “Valorizamos a dignidade e os princípios do Boavista, em busca de uma nova estrutura que represente os nossos ideais”, refere o dirigente.

O Boavista constatou a necessidade de tomar medidas, dado o incumprimento da SAD em honrar os compromissos financeiros e manter a atividade profissional. O clube possui actualmente 10% do capital social da SAD, liderada por Fary Faye.

“Iniciaremos uma nova etapa, pautada pela autonomia e pelos nossos valores, preparando uma equipa competitiva com uma base sólida”, sublinha Rui Garrido Pereira. O presidente adiantou que várias parcerias estão a ser estudadas, mas apenas avançarão se forem vantajosas e respeitarem a identidade do Boavista.

Após não ter conseguido cumprir os requisitos para a II Liga na próxima época, o Boavista também não obteve o licenciamento da Federação Portuguesa de Futebol para a Liga 3, com o prazo para recurso junto do Conselho de Justiça a expirar hoje. O incumprimento das exigências financeiras levou a estas decisões.

Se o recurso não for aceito, a SAD poderá ser relegada para divisões distritais, colocando em risco a continuidade do clube em competições nacionais. “Estamos em diálogo com as entidades responsáveis para encontrar uma solução que garanta o cumprimento dos regulamentos e a seriedade que a situação exige,” enfatiza o presidente.

Presente na elite do futebol português durante 11 épocas, o Boavista foi despromovido à II Liga na época 2024/25, onde terminou em último lugar.

Apesar de manter o Estádio do Bessa como sua infraestrutura principal, a direcção argumenta que é essencial melhorar os espaços utilizados regularmente pelo clube. “Estamos a trabalhar em acordos logísticos que na sua maioria já estão a decorrer. Em breve partilharemos mais informações sobre isso”, acrescentou Rui Garrido Pereira.

O presidente revelou também que existem “manifestações concretas de interesse” por parte de investidores, assegurando que a formação de jogadores continuará a ser uma prioridade, assim como todas as modalidades do clube. “Este é um momento decisivo para o nosso renascimento”, disse.

Rui Garrido Pereira reconheceu que o projeto de futebol profissional falhou, mas frisou que não foi por falta de empenho do clube. “A nossa direção sempre procurou garantir as condições para o sucesso, mesmo quando estava excluída de decisões importantes. Agora é tempo de recomeçar. Durante 24 anos, fomos moldados pela experiência da SAD, o que exigiu um esforço considerável em nome do futebol profissional,” afirmou.

A nova liderança procura agora restaurar a influência do clube junto das entidades oficiais, controlar a situação financeira e promover as modalidades e a formação. Rui Garrido Pereira foi eleito em janeiro, num período reconhecidamente difícil para o Boavista, após o mandato de Vítor Murta.

“Sabemos que ainda temos muito trabalho pela frente. O nosso mandato é de três anos e estamos comprometidos a avançar gradualmente. Reconhecemos que a comunicação foi um ponto onde falhámos, tanto por factores externos como pela nossa própria responsabilidade,” concluiu.

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