Conflitos e Caos em Sweida: A Escalada da Violência
Novos confrontos em Sweida revelam um cenário de tensão crescente entre tribos e a comunidade drusa, elevando o número de deslocados para cerca de 80.000.

Esta noite, novos episódios de violência emergiram na entrada oeste de Sweida, no sul da Síria, onde se registaram intensos confrontos entre milícias tribais e fações drusas. Segundo a agência France-Presse (AFP), aproximadamente 200 combatentes armados com armas automáticas e munições foram observados em troca de tiroteios nas ruas da cidade.
A organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) corroborou a ocorrência dos combates, alertando ainda que os bombardeamentos se intensificaram, atingindo vários bairros da cidade.
Desde o início dos confrontos na semana passada, a situação já resultou na morte de mais de 590 pessoas, na sua maioria entre milicianos drusos e beduínos que lutam juntamente com tribos árabes e algumas forças de segurança. Omar Obeid, da secção local da Ordem dos Médicos, informou que desde segunda-feira, o hospital na cidade recebeu mais de 400 corpos.
Os confrontos iniciaram-se no domingo à noite e envolveram tanto os combatentes drusos como as tribos beduínas, e a situação complicou-se com a intervenção das forças do governo sírio, que têm sido acusadas de atacar as facções drusas.
A escalada do conflito levou Israel a realizar bombardeamentos direcionados a posições das tropas governamentais em Sweida e até à sede do Ministério da Defesa em Damasco, numa tentativa de proteger a minoria drusa, que também reside em território israelita.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) anunciou que a onda de violência forçou quase 80.000 pessoas a abandonarem as suas casas na província de Sweida.
A instabilidade na região intensificou-se após a queda do regime do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro, com o grupo militante sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS) a prometer restaurar a ordem.