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Conflitos no sul da Síria causam 248 mortes em Sweida

A cidade de Sweida, no sul da Síria, regista pelo menos 248 vítimas em recentes confrontos, conforme o último relatório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

16/07/2025 11:30
Conflitos no sul da Síria causam 248 mortes em Sweida

No sul da Síria, a cidade de Sweida tem sido palco de intensos confrontos desde domingo, resultando na morte de pelo menos 248 pessoas, de acordo com a mais recente atualização do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Entre os mortos, destacam-se 64 combatentes drusos e 28 civis da mesma minoria, dos quais 21 foram executados sumariamente por forças governamentais. A conta inclui ainda 138 membros das forças de segurança e 18 combatentes beduínos que se envolveram nos combates.

Um levantamento anterior do OSDH, realizado na terça-feira, reportava já 203 óbitos na região. Durante a manhã, foram relatados bombardeamentos intermitentes, e jornalistas da agência France-Presse (AFP) ouviram tiros, bem como observaram fumo a subir de diversos bairros de Sweida.

As forças do governo sírio, apoiadas por aliados, foram enviadas para a cidade, que até então estava sob o controle de combatentes drusos locais. A ONG e testemunhas locais mencionaram abusos perpetrados pelas forças de segurança.

Entretanto, a administração governamental informou que irá entrar em Sweida, estabelecendo um recolher obrigatório na aldeia, predominantemente drusa. Um repórter da AFP registou a presença de cerca de 30 corpos, tanto de forças governamentais como de civis, embora não tenha conseguido identificar as vítimas.

O portal Suwayda 24 noticiou um "bombardeamento intenso com artilharia e morteiros" na cidade e imediações desde o início do dia, e apesar do anúncio de um cessar-fogo por parte das forças governamentais na terça-feira, este não foi respeitado.

De acordo com o Ministério da Defesa sírio, "os grupos rebeldes retomaram os ataques ao exército e às forças de segurança internas na cidade" após a declaração do cessar-fogo, acrescentando que "o exército continua a responder aos focos de fogo". O ministério ainda pediu que os cidadãos permaneçam em casa.

As tensões entre as comunidades drusa e beduína têm raízes em conflitos históricos, com episódios de violência a ocorrerem de forma esporádica. As recentes preocupações sobre o futuro das minorias étnicas na Síria aumentaram após a queda do Presidente Bashar al-Assad, com um novo governo de transição liderado por Ahmad al-Charaa, um ex-líder rebelde islamita.

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