Crise de combustível em Gaza atinge níveis alarmantes
As agências da ONU alertam que a escassez de combustível em Gaza compromete serviços essenciais, com riscos elevados para a saúde da população.

Um comunicado de várias agências da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que a falta de combustível em Gaza, essencial para o funcionamento de geradores, sistemas de transporte e serviços de saúde, atingiu patamares críticos. Em particular, o comunicado, que envolve sete diferentes agências, destaca que esta situação impacta diretamente hospitais, sistemas de abastecimento de água, redes de saneamento, ambulâncias e a totalidade das operações sanitárias no território.
De acordo com as agências, que incluem o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a contínua escassez de combustível poderá ter graves consequências para cerca de 2,1 milhões de residentes da Faixa de Gaza.
"Sem combustível, todos estes serviços essenciais estarão em risco de colapso", afirmaram os signatários do comunicado, sublinhando que a interrupção desses serviços significará a ausência de cuidados de saúde, água potável e assistência humanitária.
Recentemente, entrou uma quantidade limitada de combustível em Gaza, a primeira em mais de quatro meses, mas as agências alertam que este fornecimento é insuficiente para assegurar o funcionamento diário das operações humanitárias.
Na sequência da crise, o Porta-voz dos serviços de emergência da Defesa Civil em Gaza, Mahmud Basal, indicou que as suas equipas terão que suspender atividades em várias áreas, devido à falta de combustível e peças essenciais para os veículos. Por outro lado, o diretor do Hospital Al-Shifa, o principal da região, advertiu que a escassez de combustível está a levar o sistema de saúde a um estado de colapso, levando já ao encerramento de unidades de hemodiálise para assegurar a energia necessária em salas de emergência e cirurgia.
A situação exacerbou-se desde que, a 2 de março, Israel restringiu o acesso a bens essenciais em Gaza, tendo retomado a entrada de alimentos em maio, enquanto combustíveis e medicamentos permanecem escassos.