Demolições em Loures: Moradores evacuam enquanto operações prosseguem

A tarde no bairro do Talude Militar, em Loures, é marcada pela continuação das demolições, embora num ambiente menos tenso. Moradores afetados por estas intervenções estão a retirar os seus bens das habitações autoconstruídas que se encontram na lista de demolição.

No local, a PSP e a Polícia Municipal, com cerca de vinte elementos, supervisionam as atividades. Os habitantes, que já têm o edital de demolição afixado, antecipam-se à operação, desmontando materiais como chapa e madeira para reaproveitamento.

Os arredores estão preenchidos com colchões, sofás, cadeiras e eletrodomésticos que foram retirados das casas. Estão também presentes duas retroescavadoras, uma responsável pela demolição e outra pela remoção de entulho. Durante a operação, um drone da PSP sobrevoa a área para assegurar a ordem.

A vereadora da Polícia Municipal, Paula Magalhães (PS), fez questão de salientar que a Câmara Municipal de Loures não permitirá que a construção de barracas continue a proliferar no concelho. A autarquia está encargue da coordenação das demolições, que se estenderão a outros bairros de autoconstrução. Recentemente, a Câmara anunciou pela segunda vez a desapropriação de mais de 60 habitações, dando aos moradores um prazo de 48 horas para desocupação.

A Câmara da Amadora também enfrenta uma situação semelhante, onde foram anunciadas demolições de 16 habitações na Estrada Militar, com dois dias dados às famílias para deixar os seus lares. Tanto a Câmara de Loures como a da Amadora garantem que as suas ações estão dentro da legalidade e visam preservar a saúde pública e a dignidade humana.

Por outro lado, o movimento Vida Justa critica as demolições, afirmando que estas infringem leis urbanísticas e os direitos humanos, alegando que a autarquia não apresenta soluções para os moradores em situação vulnerável.