Direção da PSP expressa descontentamento após detenções de agentes por alegações de tortura
Luís Carrilho, diretor da PSP, mostrou-se desiludido com a detenção de dois agentes por suspeitas de tortura. Apesar disso, reafirma a confiança na polícia e a importância do trabalho institucional.

O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), Luís Carrilho, manifestou a sua desilusão em relação à detenção de dois agentes por suspeitas de tortura, assinalando que "cada caso é preocupante". Durante uma intervenção aos jornalistas, à margem das comemorações do 87º aniversário da Polícia Municipal do Porto, Carrilho sublinhou que "um só incidente já é insatisfatório" e reflecte negativamente sobre a instituição, que conta com cerca de 20.000 agentes que se empenham diariamente.
Apesar da situação, o diretor assegurou que a confiança dos cidadãos na PSP deve permanecer inabalável, afirmando: "Temos leis e um forte controlo interno, e sempre que surgem indícios de conduta criminosa, seja de polícias ou civis, a lealdade da instituição é para com a lei e a Constituição."
Em relação ao caso concreto, Luís Carrilho evitou comentários detalhados devido ao segredo de justiça em vigor, enfatizando a necessidade de permitir que as autoridades cumpram o seu papel investigativo.
Dois agentes da PSP foram detidos na passada quinta-feira em resultado de buscas realizadas pelo Ministério Público, que investigarão alegações de tortura, ofensas à integridade física, peculato e falsificações. A PSP, segundo a Procuradoria-Geral da República, foi a entidade que denunciou os factos.
As operações levadas a cabo incluíram buscas em várias esquadras da primeira Divisão Policial de Lisboa, como no Bairro Alto e no Rato, além de algumas residências, numa iniciativa que demonstra a seriedade das instituições. O Ministério da Administração Interna limitou-se a não comentar o caso.