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Diretores exigem a agilização das orientações sobre Cidadania e Desenvolvimento

A Andaep solicita celeridade na emissão de diretrizes para a disciplina de Cidadania, ressaltando a necessidade de formação específica para os docentes antes do novo ano letivo.

23/07/2025 19:20
Diretores exigem a agilização das orientações sobre Cidadania e Desenvolvimento

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), manifestou hoje a urgência na entrega das novas orientações relativas à disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Durante uma conferência de imprensa, após um encontro com o Ministério da Educação em Lisboa, alertou que a proximidade do mês de agosto e o início das aulas a 12 de setembro exigem uma ação rápida por parte das autoridades educativas.

"É fundamental que estas orientações sejam disponibilizadas o quanto antes. O tempo é escasso, e as escolas necessitam de uma preparação adequada", sublinhou Lima, referindo-se às implicações que a falta de diretrizes terá na formação dos professores.

O líder da Andaep também expressou preocupações em relação às novas aprendizagens essenciais e à Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, que se encontra em consulta pública até 1 de agosto. Criticou as mudanças e afirmou que parecem mais alinhadas com decisões políticas do que pedagógicas.

"Esta abordagem diverge do que foi implementado anteriormente por um governo de esquerda, e receio que, no futuro, possamos voltar a ver essas alterações a serem constantemente modificadas", afirmou, referindo-se à instabilidade que as escolas enfrentam em termos de diretrizes.

Uma das suas principais preocupações é a falta de formação adequada para os professores, que lecionam Cidadania e Desenvolvimento sem o devido preparo. "A disciplina é muitas vezes ensinada por docentes de áreas diversas, como história ou inglês, que não têm formação específica para abordar questões relevantes, como a sexualidade ou a identidade de género", defendeu Lima.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, também partilhou a preocupação quanto à preparação dos docentes e sugeriu que as direções de turma considerem a colaboração com especialistas ou instituições de ensino superior para garantir que cada tema seja ensinado por quem possui o conhecimento necessário.

Por outro lado, outra mudança significativa em perspetiva para o ano letivo de 2025/2026 proíbe o uso de telemóveis na escola para alunos do 1.º ao 6.º anos. Lima expressou a sua apreensão quanto aos possíveis desafios de implementação desta medida, particularmente nas escolas de 2.º e 3.º ciclos, onde os alunos terão períodos de recreio partilhados.

O presidente da Andaep critica ainda o enfoque restrito da proibição, que se limita ao ambiente escolar, enquanto os alunos continuam a utilizar dispositivos eletrónicos fora da escola. "Estamos a abordar apenas uma parte do problema. É uma questão que abrange toda a sociedade, e não apenas a escola", concluiu.

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