El Salvador devolve detidos venezuelanos numa troca diplomática
O presidente Nayib Bukele revelou a devolução de todos os cidadãos venezuelanos detidos, que estavam acusados de pertencer à organização criminosa Tren de Aragua, numa operação diplomática.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou hoje a devolução de todos os cidadãos venezuelanos detidos no país. Estes indivíduos, acusados de associarem-se à organização criminosa conhecida como Tren de Aragua, estavam a caminho da Venezuela a bordo de dois voos provenientes de Caracas.
Numa declaração feita na rede social X, Bukele referiu que "hoje entregámos todos os cidadãos venezuelanos detidos no nosso país", sublinhando que a maioria enfrenta várias acusações, incluindo homicídio, roubo e violação.
O presidente também mencionou que esta ação era parte de uma "troca" envolvendo um número significativo de "presos políticos venezuelanos" e os americanos que, segundo ele, Caracas detinha como reféns.
Menos de uma hora após o anúncio, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou que 10 cidadãos americanos foram libertados na Venezuela como resultado de um acordo.
Bukele afirmou que "esta operação é o resultado de meses de negociações com um regime tirano que se recusa a libertar um dos seus principais instrumentos de negociação: os seus reféns".
Em abril, o presidente salvadorenho havia sugerido a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, que os detidos venezuelanos em El Salvador poderiam ser trocados por presos políticos na Venezuela, uma proposta que Caracas considerou "cínica".
Bukele, um aliado da administração Trump na luta contra a imigração ilegal, aceitou, em março, receber aviões que transportavam 252 venezuelanos considerados pelo governo americano como membros do Tren de Aragua, estabelecido como uma organização terrorista há pouco tempo.
A administração Trump utilizou uma lei antiga de 1798 sobre inimigos estrangeiros para efetuar a detenção e deportação de muitos destes indivíduos. No entanto, tanto as autoridades norte-americanas como as salvadorenhas não divulgaram uma lista dos deportados nem apresentaram evidências que sustentassem as acusações feitas.