Empresa do X critica investigação como "politicamente motivada"

A empresa responsável pela rede social X, atualmente sob investigação em França, afirmou hoje que o inquérito visa promover uma "agenda política" e decidiu não ceder dados solicitados pelas autoridades.

No comunicado divulgado no próprio X, o departamento de Relações Públicas da plataforma, que pertence a Elon Musk, declarou: "Acreditamos que esta investigação deturpa a legislação francesa e visa restringir a liberdade de expressão."

A X esclareceu que não acedeu aos pedidos das autoridades, conforme o seu direito legal, e enfatizou que a investigação está a focar-se no algoritmo de recomendação e nos dados em tempo real das publicações dos utilizadores.

A investigação foi anunciada pelo Ministério Público de Paris a 11 de julho, com a polícia encarregada de apurar não só a legalidade da plataforma como também da responsabilidade das "pessoas singulares" que a operam.

O foco do inquérito incide sobre alegações de manipulação de um sistema automatizado para fins de interferência estrangeira e extração fraudulenta de dados, conforme indicado em relatórios recebidos pelas autoridades em janeiro passado.

Um dos relatos que deu origem à investigação veio de Éric Bothorel, um deputado do partido Renascimento, que levantou preocupações sobre as alterações ao algoritmo da X desde a entrada de Musk no seu capital.

A X negou veementemente as acusações de manipulação, responsabilizando a investigação por comprometer o seu direito ao devido processo e ameaçar os direitos dos seus utilizadores em relação à privacidade.

Em resposta, Bothorel fez um apelo à empresa para que colabore com a justiça, reafirmando que "ninguém está acima da lei" e sublinhando a importância da responsabilidade e do controlo na gestão das plataformas digitais.