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Eslováquia mantém veto a sanções europeias contra a Rússia sem garantias económicas

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, anuncia que bloqueará o novo pacote de sanções à Rússia a menos que a UE assegure que a proibição de gás russo não afetará a economia do país.

12/07/2025 12:30
Eslováquia mantém veto a sanções europeias contra a Rússia sem garantias económicas

A Eslováquia declarou que continuará a vetar quaisquer novas sanções à Rússia se a União Europeia (UE) não fornecer garantias sobre o impacto que a proibição das importações de gás terá na sua economia. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, expressou em conferência de imprensa: "Estou preparado para uma crise interna significativa na UE, mas sem garantias não aceitaremos o novo pacote de sanções."

Na próxima terça-feira, os ministros das Relações Exteriores da UE tentarão aprovar o novo pacote de sanções em resposta ao ataque da Rússia à Ucrânia, mas a preocupação da Eslováquia sobre as repercussões económicas continua a ser um obstáculo. O governo eslovaco já afirmou que rejeitará as sanções a menos que sejam garantidas condições que protejam a sua economia, especialmente com a proposta da Comissão Europeia de eliminar as importações de gás russo até 2028.

Fico sublinhou que "não buscamos soluções ao nível da Comissão, mas sim dos líderes," referindo-se à necessidade de dialogar diretamente com o chanceler alemão, Friedrich Merz, antes do Conselho de Relações Exteriores, que ocorrerá em Bruxelas.

De acordo com Fico, "as nossas reivindicações são legítimas e compreensíveis," ao mesmo tempo que está pronto para usar o princípio da unanimidade para barrar o pacote de sanções. A Eslováquia já garantiu algumas exceções no que diz respeito ao veto à compra de petróleo, gás e combustível nuclear russo, após uma visita da Comissão Europeia a Bratislava em julho.

Ana turbidade em torno das taxas de trânsito de gás, que poderiam aumentar significativamente, também é uma preocupação central para o país, uma vez que o gás passaria a chegar pela direção ocidental. Fico denunciou ainda a proibição como uma "decisão ideológica," afirmando que as famílias e as empresas não devem arcar com maiores custos devido a esta medida.

É importante notar que a Eslováquia, junto com a Hungria, é um dos poucos países da UE que não presta apoio militar à Ucrânia na sua luta contra a agressão russa. Além disso, Fico foi o único líder europeu presente em maio em Moscovo nas celebrações do fim da Segunda Guerra Mundial.

Recentemente, o Parlamento Europeu pediu a implementação "sem mais demora" do 18.º pacote de sanções contra a Rússia, desde o início da invasão da Ucrânia.

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