EUA e Israel afirmam ter neutralizado programa nuclear do Irão
O secretário de Defesa dos EUA e o seu colega israelita afirmaram, durante uma reunião, que os recentes bombardeios aniquilaram as capacidades nucleares do Irão.

No decurso de uma reunião em Washington, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e o seu homólogo israelita, Israel Katz, reafirmaram a convicção de que os bombardeamentos contra as instalações nucleares do Irão, realizados em junho, destruíram o programa deste país para a criação de uma bomba atómica.
Durante a conversa, Hegseth parabenizou Katz pela operação militar de Israel, que visava estruturas nucleares e militares na República Islâmica e que deu início à conhecida Guerra dos Doze Dias a 13 de junho. O secretário de Defesa dos EUA destacou que esta ação não apenas transformou a dinâmica da região, mas que reforçou a posição de Israel como um aliado de referência, reconhecendo e agindo sobre as ameaças à segurança coletiva.
Hegseth também se referiu à intervenção militar dos EUA, que, sincronizada com a de Israel, focou três centros essenciais de enriquecimento de urânio iraniano, assegurando que as instalações foram efetivamente "destruídas". No entanto, ele dirigiu-se aos meios de comunicação que, segundo ele, não compreendem a profundidade dos impactos desta operação.
Recentemente, alguns meios de comunicação norte-americanos relataram que, segundo uma avaliação das agências de inteligência dos EUA, uma das três instalações nucleares atingidas sofreu danos irreparáveis, atrasando consideravelmente o progresso no local. Contudo, fontes da NBC News indicaram que as outras duas instalações não foram tão severamente danificadas e têm potencial para retomar o enriquecimento de urânio dentro de alguns meses, caso o Irão assim decida.
Este relatório, partilhado com legisladores norte-americanos e aliados, aponta para um plano militar mais abrangente desenvolvido pelo Comando Central dos EUA, que contemplava atacar mais locais e prolongar a operação, mas foi rejeitado pelo Presidente Donald Trump.
Apesar das alegações de sucesso por parte da administração Trump, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e outros especialistas não conseguiram confirmar que a operação, designada "Martelo da Meia-Noite", tenha conseguido desmantelar significativamente as capacidades nucleares iranianas.
Katz, ao lado de Hegseth, expressou gratidão pela firmeza de Trump em apoiar Israel, afirmando: "Juntos destruímos o programa nuclear iraniano; digo isto a todo o mundo." O ministro israelita reiterou que o objetivo comum é impedir que o Irão desenvolva um programa nuclear e produza mísseis em massa.
A forte aliança entre Washington e Telavive será reforçada, conforme salientou Hegseth, que mencionou que as operações militares abriram novas oportunidades para a região. O secretário de Defesa americano manifestou esperança de que o Irão escolha o caminho da paz e reafirmou o compromisso dos EUA em apoiar o direito de Israel à autodefesa.
A visita de Katz a Washington surge numa fase conturbada, marcada por esforços para estabelecer um cessar-fogo de 60 dias entre Israel e Hamas, e por negociações para a libertação de reféns detidos pelo movimento islamita, classificado como terrorista pelos EUA e Israel.
O diretor do Mossad, David Barnea, realizou uma visita a Washington, onde se encontrou com o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, para discutir a ajuda americana na aceitação de um plano controverso que contempla a recepção de muitos palestinianos da Gaza em países terceiros.