EUA exigem informações sobre alunos internacionais de Harvard associados a protestos

O Governo dos Estados Unidos lançou uma ofensiva legal contra a Universidade de Harvard, visando obter documentação interna sobre alunos internacionais supostamente envolvidos em protestos a favor da Palestina. Esta ação surge após uma série de críticas do Presidente Donald Trump a algumas instituições de ensino, que ele acusa de falta de proteção a alunos judeus durante as manifestações.

No final de maio, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, retirou a certificação da universidade de um programa que permite a estudantes estrangeiros estudar nos EUA, uma ação que foi contestada pela administração de Harvard em tribunal e que resultou numa suspensão temporária dessa decisão.

Contudo, o Governo de Trump avançou com uma injunção judicial que obriga Harvard a fornecer “documentos relevantes” dos últimos cinco anos sobre os estudantes internacionais. A porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, afirmou que “Harvard, assim como outras universidades, permitiu que estudantes internacionais abusassem dos privilégios de visto e promovessem a violência”.

A administração de Harvard reagiu, considerando que o pedido do Governo é injustificado e representa uma retaliação contra a instituição, reconhecendo o seu compromisso com a proteção dos alunos e os valores fundamentais da academia.

Trump fez também ameaças de revogar a acreditação de Harvard, uma medida que poderia privar a universidade de financiamento federal essencial. O Departamento de Educação notificou ainda o Conselho de Educação da Nova Inglaterra sobre alegações de violação das leis antidiscriminação por parte da universidade.

A secretária da Educação, Linda McMahon, criticou Harvard por não controlar a discriminação antissemita no campus e chamou a comissão responsável a agir de acordo com as políticas do Governo. Recentemente, Harvard já sofreu uma perda de mais de três mil milhões de dólares em bolsas federais, apesar das diligências para garantir um ambiente inclusivo para alunos judeus e israelitas.