Eurodeputados em dissonância sobre as tarifas de Trump
A prolongação das tarifas por parte de Trump gera reações opostas entre eurodeputados portugueses, revelando divergências na abordagem da União Europeia nas negociações.

Hoje, no decurso da sessão plenária em Estrasburgo, os eurodeputados portugueses expressaram as suas opiniões sobre a recente extensão das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. As reações refletem uma divisão entre a visão de uma União Europeia que pratica "prudência" e uma crítica à sua postura "subserviente" em relação aos EUA.
A eurodeputada Lídia Pereira (PSD) defendeu que a UE deve manter uma postura cautelosa, sem se deixar intimidar pelas atitudes do Presidentes norte-americano. "A União Europeia, apesar de prudente, não se intimida com as declarações de Trump. Não podemos estar ao sabor dos humores do Presidente", afirmou Pereira.
Por outro lado, Catarina Martins (BE) alertou para o uso das tarifas como uma forma de "chantagem" por parte de Trump, criticando a abordagem submissa da UE. "É lamentável que a União Europeia tenha uma posição tão subserviente em relação à situação", declarou.
João Cotrim Figueiredo (IL) mencionou que a extensão do prazo para as tarifas não é suficiente para alcançar um entendimento, sublinhando a necessidade de planear os próximos passos. "Não vai haver tempo para acordos antes de 1 de agosto e é crucial pensar no futuro", destacou.
António Tânger Corrêa (Chega) apontou a falta de clareza sobre os produtos afetados pelas tarifas, o que impossibilita as empresas portuguesas de se prepararem adequadamente. "Ainda não sabemos quais produtos serão impactados e isso deixa-nos numa posição vulnerável", expressou.
Bruno Gonçalves (PS) considerou o adiamento das tarifas como um sinal positivo, pois mantém os atuais termos entre a UE e os EUA. "Qualquer prorrogação é benéfica, pois preserva o quadro regulatório em vigor", afirmou.
João Oliveira (PCP) criticou algumas medidas adotadas que apontam para a prejudicialidade dos interesses económicos dos Estados-Membros, mencionando a intenção da UE em aumentar a compra de gás liquefeito dos EUA como exemplo.
Por fim, Ana Miguel Pedro (CDS) manifestou esperança num novo adiamento que permita o prosseguimento das negociações até que se chegue a um entendimento favorável para ambas as partes. "Espero que a diplomacia triufe e que se chegue a um acordo que beneficie todos", concluiu.