Famílias Sem Abrigo em Loures Enfrentam Noite Difícil Após Demolições
Depois da destruição de 51 habitações, famílias em Loures vão passar a noite em tendas e numa igreja, sem apoio da Câmara. Situação semelhante também se verifica na Amadora.
No Bairro do Talude, em Loures, um total de 62 crianças ficou sem abrigo após a demolição de 51 casas autoconstruídas, conforme relatado por Miguel Dores, do movimento Vida Justa, à agência Lusa. O apoio da Câmara Municipal de Loures para estas famílias tem sido praticamente inexistente.
A demolição teve início às 12:00 de hoje e foi marcada por um clima tenso entre os moradores e a PSP, prolongando-se até cerca das 16:00. As famílias desalojadas não receberam soluções habitacionais adequadas e, esta noite, algumas irão dormir em tendas, enquanto outras procurarão abrigo na igreja do Talude.
A Câmara Municipal sugere que as famílias se dirijam aos serviços sociais da Casa da Cultura em Sacavém para receberem apoio, oferecendo alternativas habitacionais com alguma assistência financeira. Contudo, o movimento Vida Justa considera essas opções insuficientes e ineficazes, uma vez que muitos dos residentes não têm meios para aceder ao mercado de arrendamento, que apresenta preços elevados.
Em paralelo, na Amadora, também ocorreram demolições de casas autoconstruídas esta tarde, com oito das 22 habitações previstas já destruídas. A Câmara Municipal da Amadora garante que será oferecida uma resposta de emergência, mas Miguel Dores reafirma que, tal como em Loures, não há alternativas viáveis para os moradores.
Embora a situação tenha gerado um clima de revolta, Dores salienta que, em geral, o ambiente permanece calmo entre os residentes.