Hezbollah reafirma disposição para a luta e descarta desarmamento
Naim Qassem, líder do Hezbollah, reafirmou a recusa em depor armas e condicionou diálogo à eliminação da ameaça israelita, não descartando possível "confronto".

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, manifestou hoje a sua firme recusa em desarmar o movimento xiita libanês, afirmando que o Hezbollah só irá dialogar quando a ameaça de Israel for eliminada. Durante um discurso transmitido pela televisão libanesa, Qassem sublinhou a disposição para o "confronto" e rejeitou qualquer ideia de rendição ou entrega das armas. "Nós somos inabaláveis na nossa fé e na nossa força. Israel não nos irá desarmar", afirmou o secretário-geral da organização, que é classificada como terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Para Qassem, manter o armamento é fundamental, pois considera que este é o "maior obstáculo" à expansão do Estado hebraico e uma necessária proteção para o Líbano. O diálogo sobre desarmamento, segundo ele, só poderá ocorrer se a ameaça israelita cessar.
Apesar da implementação de um cessar-fogo em novembro passado, Israel continua a realizar ataques frequentes no território libanês, às vezes em grande escala. Recentemente, bombardeamentos em Vale do Bekaa resultaram em doze fatalidades.
Israel mantém ainda a sua presença militar em cinco colinas no sul do Líbano, desrespeitando o cessar-fogo. O Presidente do Líbano, Joseph Aoun, solicitou a retirada das tropas israelitas, afirmando que a sua presença constrange o exército libanês. Ele rejeitou propostas de normalização das relações com Israel, defendendo que primeiro deve existir paz.
As autoridades israelitas sustentam que as suas ações visam neutralizar o Hezbollah e não constituem violações do cessar-fogo, uma justificativa que Beirute contesta veementemente, sendo igualmente condenada pelas Nações Unidas.
Qassem, em seu discurso, também comentou sobre os esforços diplomáticos dos EUA, criticando um plano que demanda o desarmamento do Hezbollah em troca de retiradas israelitas parciais, alegando que tal ação seria uma violação das promessas feitas anteriormente.
O Hezbollah recebeu apoio militar e financeiro do Irão e intensificou os ataques contra Israel após a incursão do Hamas em outubro de 2023. Esses ataques resultaram na evacuação de milhares de civis do norte de Israel.
Em resposta, Israel lançou uma série de bombardeamentos e realizou uma invasão no Líbano em outubro de 2024, causando danos significativos à infraestrutura do Hezbollah e eliminando líderes proeminentes do grupo, até que um novo cessar-fogo foi assinado em novembro.