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Incidente com laser chinês a avião alemão no Mar Vermelho levanta preocupações

O chanceler alemão considera "inaceitável" o alegado ataque com laser a um avião de reconhecimento no Mar Vermelho, enquanto Pequim nega as acusações.

há 4 horas
Incidente com laser chinês a avião alemão no Mar Vermelho levanta preocupações

O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, classificou como "totalmente inaceitável" o alegado ataque com laser que terá sido direcionado a um avião de reconhecimento do país, que participava na missão da Operação Áspides da União Europeia no Mar Vermelho. Este incidente ocorreu durante um voo de rotina no dia 2 do corrente mês e, segundo o Ministério da Defesa alemão, o avião foi alvo de um laser proveniente de um navio chinês, sem aviso prévio.

Merz, falando numa conferência de imprensa com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, revelou que na véspera o embaixador chinês em Berlim foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para prestar esclarecimentos acerca deste caso. Embora esteja à espera do relatório final do ministro Johann Wadephul sobre o incidente, o chanceler evitou avançar uma avaliação conclusiva neste momento, mas sublinhou a importância de averiguar a origem do ataque.

Wadephul, por sua vez, expressou a sua profunda irritação com o evento, afirmando que a China deve explicar as suas ações. “Não podemos aceitar perturbações aos nossos aviões e o risco injustificado para as nossas unidades”, ressaltou numa declaração ao grupo de media RedaktionsNetzwerk Deutschland.

A China, por sua vez, negou as alegações de Berlim, considerando-as "totalmente incompatíveis com os factos". A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, apelou a uma comunicação mais eficaz entre os países para evitar mal-entendidos. Mao também ressaltou que os navios chineses estão envolvidos em missões de escolta no golfo de Aden e nas águas da Somália, contribuindo para a segurança das rotas marítimas internacionais.

Este não é o primeiro incidente envolvendo lasers e a China. Em fevereiro de 2023, um navio da marinha chinesa foi acusado de usar um "laser de tipo militar" contra um navio da guarda costeira filipina, e em 2022, a Austrália acusou o Exército chinês de ter direcionado um laser militar a um avião australiano.

A China, desde 2017, mantém uma base militar em Djibuti, estratégica para os seus interesses geopolíticos e económicos na região, que incluem transporte, indústria e energia.

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