Início da produção de gás de cozinha em Moçambique agendado para 2026

O Governo moçambicano anunciou hoje que a produção de gás de cozinha pela petrolífera sul-africana Sasol deverá entrar em operação em 2026. Este atraso deveu-se a perturbações políticas no país, especialmente relacionadas a manifestações pós-eleitorais.

O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, confirmou que "o projeto está em curso e, apesar dos contratempos, esperamos que até ao final deste ano ou início do próximo, tudo comece a fluir". As declarações foram feitas durante uma conferência na província de Inhambane, onde o projeto está a desenvolver-se.

A Sasol é já responsável pela exploração de gás nas áreas de Temane (Inhassoro) e Pande (Govuro) e lançou a primeira pedra para esta nova infraestrutura em março de 2022, em Inhassoro. A empresa tinha anteriormente previsto que a produção de gás doméstico se iniciaria em setembro de 2023, uma vez que a instalação da fábrica estava na fase de comissionamento.

O diretor-geral da Sasol em Moçambique, Ovídeo Rodolfo, afirmou que "todas as infraestruturas estão praticamente concluídas e a fábrica está a ser comissionada nesta fase. Se tudo correr bem, a produção poderá começar até ao final de setembro".

Adicionalmente, Simon Baloy, presidente da Sasol, destacou em abril que este projeto de gás e eletricidade representa um investimento de mil milhões de dólares, que também contribuirá para a redução das importações de gás no país. Com a produção prevista de 53 milhões de megajoules de gás natural por ano e a central térmica a gerar 450 megawatts, a operação promete transformar o setor energético em Moçambique.

Espera-se ainda que a entrada em funcionamento da unidade de Inhassoro leve a uma diminuição de 70% nas importações de gás de botija, o que terá um impacto positivo na economia local.