Investimento de 346 mil euros da Nueva Pescanova para capacitação no setor pesqueiro de Moçambique

A multinacional espanhola Nueva Pescanova anunciou um investimento de 346 mil euros que será direcionado para a formação de instrutores e a ampliação da oferta educativa, com o intuito de desenvolver o setor pesqueiro em Moçambique.

Este projeto insere-se na segunda fase da Parceria Público-Privada para o Desenvolvimento, iniciada em 2019, que visa reforçar as capacidades do setor e fomentar o emprego sustentável, conforme declarado pela empresa em comunicado.

De acordo com a nota divulgada, as novas iniciativas durante esta fase terão um foco especial na formação de formadores no Instituto de Ciências do Mar e Pesca, especialmente nas áreas que não puderam ser plenamente exploradas devido às limitações impostas pela pandemia.

Além disso, a empresa pretende incluir novas qualificações e equipamentos nos cursos oferecidos pelo instituto moçambicano, de modo a alinhar-se às exigências do mercado de trabalho e aos padrões internacionais. O programa também se ampliará para outras regiões costeiras, consideradas essenciais para o desenvolvimento do setor pesqueiro, e promoverá colaborações entre entidades públicas, privadas e educativas com o objetivo de melhorar a formação técnica e facilitar o acesso ao emprego na área marítima e pesqueira.

Este plano, com um orçamento total de 346 mil euros, será implementado nos próximos anos e surge como uma continuação dos sucessos alcançados na fase anterior (2019-2021).

A nova etapa é fruto de um acordo assinado em junho passado em Santiago de Compostela, entre a Fundação Nueva Pescanova e a Pescamar, a sua subsidiária em Moçambique, em colaboração com a Agência Internacional Espanhola para a Cooperação e Desenvolvimento e o Instituto de Ciências do Mar e Pesca de Maputo, além do governo moçambicano e da comunidade autónoma da Galiza.

Na fase anterior do projeto, que já foi concluída, foram estabelecidas as bases para o fortalecimento das competências profissionais no setor, com um foco acentuado na sustentabilidade, igualdade de género e respeito pelos direitos humanos.

A empresa, fundada em 1960, atualmente emprega mais de 12.000 pessoas em 27 países. Após um período difícil, onde esteve em pré-falência, foi reestruturada em 2015, dividindo-se em duas entidades: a Nueva Pescanova, que congrega a parte produtiva e pertence à banca, e a antiga Pescanova, que ficou com os acionistas antigos.

Em Moçambique, a empresa é responsável por cerca de 50% do total admissível de captura (TAC) de camarão, enquanto na Namíbia representa aproximadamente 20% do TAC de pescada.