"José Sócrates desafia Ministério Público por ausência de provas no julgamento"
O ex-primeiro-ministro critica o Ministério Público por não apresentar evidências nas acusações e argumenta que há motivação política subjacente às investigações em curso.
Durante o quarto dia do julgamento da Operação Marquês, José Sócrates voltou a criticar o Ministério Público, acusando-o de não ter apresentado qualquer prova que sustentasse as alegações referentes ao Grupo Lena. O ex-primeiro-ministro expressou que a ausência de evidências é um indício de um "vazio do MP".
Na sua intervenção, Sócrates frisou que espera ansiosamente pela apresentação de provas concretas: "Já passaram três dias. Onde estão as provas? Na verdade, nunca favoreci ninguém, nem o Grupo GES, que já não existe. Em relação à empresa Lena, aguardo para ver", afirmou.
Adicionalmente, Sócrates abordou o tema da motivação política por trás do caso, indicando que a investigação visa minar iniciativas do seu governo, especialmente o programa 'Parque Escolar'. "Houve uma intenção política clara de atacar uma bandeira do meu Governo, impulsionada pela crítica da Direita", defendeu, realçando que esta abordagem é a mais preocupante.
Após a audiência, e em resposta às questões dos jornalistas, reiterou a ideia de que as denúncias são uma questão que deve ser discutida no Parlamento e não no tribunal: "Os procuradores devem preservar a legalidade democrática, sem entrar na avaliação do mérito das decisões políticas", concluiu.