Kim Jong-un marca o 72.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia
O líder norte-coreano prestou homenagem aos soldados chineses falecidos na Guerra da Coreia, omitindo referências habituais às relações com a China.
No passado sábado, Kim Jong-un celebrou o 72.º aniversário da assinatura do armistício da Guerra da Coreia, conhecido na Coreia do Norte como Dia da Vitória. A cerimónia teve lugar na Torre da Amizade em Pyongyang, onde Kim prestou tributo aos soldados chineses que perderam a vida durante o conflito entre 1950 e 1953.
Durante a visita, o líder norte-coreano enfatizou que a "Coreia do Norte nunca esquecerá os méritos dos combatentes mortos do Exército Voluntário do Povo Chinês", ao depor uma coroa de flores. Curiosamente, a cobertura mediática da visita não fez referência ao habitual enfoque nas "relações amistosas" entre a Coreia do Norte e a China, um sinal de mudança no tom diplomático.
Apesar dos gestos de reaproximação entre os dois países, a narrativa mais contida pode sinalizar uma estranha tensão entre as nações, especialmente após a recente aproximação da Coreia do Norte com Moscovo. Na terça-feira anterior, um evento comemorativo na capital norte-coreana associou as duas potências ao defender a "amizade e unidade no combate", conforme reportou a KCNA.
Na mesma linha, Kim Jong-un, durante uma visita ao Museu da Guerra de Libertação da Pátria, ao abordar a relação com os Estados Unidos, afirmou que o seu país está determinado a construir um "país rico e um exército forte", e a ser "vencedores honrosos no confronto anti-imperialista".
Estas declarações surgem num contexto tenso, onde um porta-voz da Casa Branca indicou que o Presidente dos EUA continua aberto a diálogos com a Coreia do Norte, embora sem a expectativa de avançar com a desnuclearização da península. Na quarta-feira, Kim também exortou os seus soldados a se prepararem para um "conflito sério", destacando a necessidade de estar prontos para "destruir o inimigo" nas batalhas que se avizinham.
A situação na península coreana está ainda mais complexa, após a participação de forças norte-coreanas em combates na região russa de Kursk, destacando um novo ângulo na dinâmica de alianças actuais.