Movimento Vida Justa manifesta preocupação por demolições em Loures e Amadora

O movimento Vida Justa expressou a sua indignação face às anunciadas demolições de cerca de 80 habitações nos municípios de Loures e Amadora, que deixarão várias famílias, entre as quais 70 crianças, sem alternativas habitacionais.

Num comunicado, o grupo destacou que as ações das autarquias "faltam ao respeito pelas ordens judiciais já proferidas", em resposta a pedidos de suspensão das demolições por parte de moradores. Segundo o movimento, as demolições em Loures ocorrerão no bairro do Talude, onde já foram feitas ações semelhantes no final de junho. Agora, a Câmara Municipal terá anunciado novas demolições com um prazo de 48 horas para que os residentes deixem as suas casas, envolvendo "mais de 60 habitações".

Na Amadora, também surgiram avisos relacionados com a demolição de 16 habitações na Estrada Militar (Mina de Água), com o mesmo prazo de desocupação.

“Centenas de pessoas, incluindo crianças, idosos e doentes, estão prestes a ser colocadas na rua, sem qualquer solução habitacional”, lamenta o movimento.

A Câmara de Loures, em resposta, reafirmou o seu compromisso de atuar dentro da legalidade e respeitar as decisões judiciais, sublinhando que prioriza a segurança e a dignidade humana. A autarquia criticou o Vida Justa por, segundo alegações, “instrumentalizar pessoas vulneráveis” sem apresentar soluções concretas para o problema das construções ilegais.

Os elementos do Vida Justa defendem que as demolições configuram uma violação das leis de urbanização e da habitação, além de compromissos internacionais de direitos humanos. O movimento aponta as autarquias e o Governo como responsáveis por uma politica que, alegam, expulsa os cidadãos mais pobres em vez de resolver a crise habitacional com ações concretas.