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Nova Caledónia e França celebram acordo que pode mudar o futuro da região

Após anos de tensões, o Estado francês e líderes políticos da Nova Caledónia alcançam um acordo histórico, que será submetido a referendo no território do Pacífico.

há 5 horas
Nova Caledónia e França celebram acordo que pode mudar o futuro da região

No dia de hoje, o Estado francês e as diversas forças políticas da Nova Caledónia anunciaram um acordo histórico, um ano após episódios de violência e várias décadas de conflito nesta região insular localizada a leste da Austrália.

O entendimento foi revelado após dez dias de intensas negociações em Paris, embora os pormenores específicos ainda não tenham sido divulgados. Para que o acordo seja formalmente aceito, será necessária a realização de um referendo no pequeno território, que está situado no sul do Oceano Pacífico.

A presidente da Assembleia Nacional Francesa, Yaël Braun-Pivet, expressou aprovação pelo acordo, ressaltando que ambas as partes demonstraram "estar à altura das circunstâncias históricas".

Conforme informações da agência France Presse, o pacto estipula a criação de um "Estado da Nova Caledónia" dentro da Constituição francesa, introduzindo uma nova nacionalidade caledónia que será reconhecida em nível internacional.

Relatos da imprensa local indicam que será realizado um censo para eleições específicas que abrangerá apenas os nativos e os residentes permanentes das ilhas com pelo menos 15 anos de estadia.

Com uma população de aproximadamente 270.000 habitantes e a 17.000 quilómetros de Paris, a Nova Caledónia era anteriormente uma colónia francesa e passou a ser um território ultramarino após a Segunda Guerra Mundial.

Nos últimos meses, o território foi palco de consideráveis tensões relacionadas com reformas eleitorais, que resultaram em 14 mortes.

A Nova Caledónia enfrenta conflitos contínuos entre a população indígena, conhecida como Kanak, e os imigrantes da França metropolitana. Os Kanak, que constituem 41% da população e enfrentam elevados níveis de pobreza e marginalização social, tendem a apoiar a independência e acusam o Governo francês de manipular os registos eleitorais, favorecendo eleitores favoráveis a Paris.

Os três referendos de autodeterminação realizados entre 2018 e 2021 culminaram com a rejeição da independência, em meio a boicotes e críticas por parte dos Kanak.

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