O impacto do stress no seu intestino: descubra porquê

Quando estamos sob pressão, é comum sentir reações inesperadas no corpo, como as famosas 'borboletas no estômago', perda de apetite ou até um aumento no desejo de comer. Segundo a dietista Courtney Rayppy, existe uma explicação científica para estes sintomas.

O fenómeno relaciona-se com o eixo intestino-cérebro, uma via de comunicação constante entre o cérebro e o intestino. O gastroenterologista David D. Clarke explica que o stress tem influência direta na motilidade gastrointestinal através deste eixo.

Durante períodos de stress elevado, o eixo intestino-cérebro altera o funcionamento do sistema digestivo. O nervo vago, que é o nervo craniano mais extenso, funciona como uma autoestrada, transmitindo mensagens entre o cérebro e o sistema nervoso entérico, que regula o intestino, conforme esclarece Steven J. Feinstein, psicólogo clínico especializado nesta conexão.

Com um corpo e mente sobrecarregados, o intestino sente a pressão. Rayppy indica que um excesso de fatores de stress psicológico pode resultar em vários problemas gastrointestinais, já que as hormonas do stress podem dificultar a digestão, originando sintomas como gases, cãibras e até obstipação ou diarreia.

O psiquiatra Shariq Refai afirma que, sob stress, o corpo liberta cortisol e adrenalina, também conhecidos como hormonas de 'luta ou fuga'. Estes hormonas redirecionam o fluxo sanguíneo, beneficiando os músculos em detrimento do sistema digestivo, o que impacta fortemente a motilidade intestinal. Assim, o ritmo acelerado do corpo e a comunicação entre o intestino e o cérebro podem levá-lo a correr para a casa de banho em momentos de ansiedade.

Além de afetar a digestão, o eixo intestino-cérebro também interage com o sistema imunitário e é crucial na produção de neurotransmissores como serotonin e dopamina. Por isso, é fundamental nutrir a microbiota intestinal com alimentos variados e ricos em nutrientes, assim como implementar estratégias de alívio de stress que ajudem a gerir as pressões do quotidiano.

Considere atividades como exercício físico regular, técnicas de respiração, meditação, terapia, e, acima de tudo, lembre-se de cuidar de si mesmo.