Prémio Gulbenkian para a Humanidade distingue Coligação pela Antártida

A Coligação para a Antártida e o Oceano do Sul (ASOC) foi agraciada hoje com o Prémio Gulbenkian para a Humanidade 2025, que contempla um prémio de um milhão de euros. Esta honraria destaca o trabalho vital da coligação, que congrega cerca de 20 organizações ambientalistas de 10 países, na proteção do continente mais ameaçado pelas alterações climáticas.

A ASOC, com sede em Washington e estabelecida em 1978, foi escolhida pelo júri do prémio, liderado pela ex-chanceler alemã Angela Merkel, entre 212 candidaturas de 115 países. Segundo a Fundação Gulbenkian, a coligação exemplifica a importância de um esforço colaborativo internacional, fundamentado em conhecimento científico e numa gestão ambiental ética, para assegurar um futuro sustentável.

A diretora executiva da ASOC, Claire Christian, disse à agência Lusa que este prémio surge numa fase complicada em termos de financiamento para iniciativas ambientais. "Este reconhecimento permitirá desenvolver áreas em que nos últimos tempos carecíamos de recursos," afirmou.

Christian sublinhou a intenção de expandir o trabalho da coligação, particularmente na criação de áreas marinhas protegidas no Oceano do Sul, instando os países que gerem a Antártida a estabelecerem quatro novas reservas marinhas de grande dimensão. A Antártida, que alberga cerca de 90% do gelo terrestre e 70% da água doce do planeta, e o Oceano do Sul são cruciais para o equilíbrio ecológico global, mas estão a enfrentar sérios riscos devido a alterações climáticas e atividades humanas.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade foi instituído em 2020 para premiar indivíduos ou organizações que contribuem significativamente para a mitigação das alterações climáticas. Nas edições anteriores, distinguiu figuras notórias como Greta Thunberg e organizações cruciais na luta contra as mudanças climáticas.