Presidente da África do Sul suspende ministro da Polícia em meio a alegações graves
Cyril Ramaphosa decidiu suspender Senzo Mchunu, ministro da Polícia, e instaurar uma comissão para investigar supostas ligações a atividades criminosas.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje a suspensão do ministro da Polícia, Senzo Mchunu, após a revelação de alegações sérias que sugerem ligações do ministro a grupos criminosos.
Em uma mensagem televisiva à nação, Ramaphosa declarou: "Para permitir que a comissão desempenhe eficazmente as suas funções, decidi conceder ao ministro da Polícia, Senzo Mchunu, uma licença com efeitos imediatos." O Presidente reforçou que Mchunu se comprometeu a cooperar plenamente com a comissão de investigação.
Para ocupar o cargo de ministro interino da Polícia, Ramaphosa designou Firoz Cachalia, um académico de Direito com experiência na luta contra a corrupção.
A decisão presidencial foi impulsionada por declarações feitas pelo tenente-general Nhlanhla Mkhwanazi, que durante uma conferência de imprensa revelou a existência de uma organização criminosa sofisticada infiltrada em órgãos de polícia e serviços secretos na África do Sul. Mkhwanazi alegou que Mchunu teria interferido em investigações e conspirado com empresários, entre os quais um acusado de homicídio.
O Presidente Ramaphosa expressou sérias preocupações sobre a veracidade das alegações, destacando que, se confirmadas, poderiam comprometer a confiança do público nas forças policiais.
Para abordar estas questões, Ramaphosa anunciou a criação de uma comissão judicial de inquérito, presidida pelo vice-presidente interino do poder judicial, Mbuyiseli Madlanga. Esta comissão será responsável por investigar as alegações de infiltração de organizações criminosas nas instituições de justiça e segurança.
A comissão deverá apresentar um relatório final ao Presidente, estando previstos relatórios intercalares a serem divulgados ao fim de três e seis meses.
Vale lembrar que na sua visita ao Brasil para a cimeira do BRICS, Ramaphosa já havia manifestado a intenção de analisar as acusações dirigidas a Mchunu à sua chegada ao país.