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Repatriação de Reclusos Colombianos gera Tensão entre os Dois Países

O Equador expulsou centenas de prisioneiros colombianos para aliviar a pressão nas suas prisões, provocando protestos na Colômbia por falta de aviso na operação.

há 5 horas
Repatriação de Reclusos Colombianos gera Tensão entre os Dois Países

Centenas de reclusos colombianos foram repatriados no passado sábado, atravessando a ponte Rumichacha, uma importante ligação entre a Colômbia e o Equador. Vestindo uniformes laranja e acompanhados por forças de segurança equatorianas, os deportados transitavam sob vigilância, refletindo a gravidade da situação.

Juan Ramirez, um dos deportados que passou 15 meses na prisão de Latacunga, relatou à Agência France-Presse (AFP) a dureza da sua experiência, mencionando a falta de alimentação e as difíceis condições que prevaleciam na prisão. “Foi uma odisseia muito difícil; alguns dos meus companheiros morreram de fome”, desabafou.

A repatriação ocorreu como parte de um plano do governo equatoriano, que procura descongestionar as prisões, onde combates entre gangues já resultaram em quase 500 mortes desde 2021. Desde a tomada de posse do novo presidente, Daniel Noboa, em novembro de 2023, a população prisional teve uma redução, passando de 39 mil para 31 mil, apesar da capacidade total ser de 30 mil.

De acordo com as autoridades equatorianas, o número de colombianos detidos era de cerca de 1.500 antes destas expulsões. A ministra dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Rosa Yolanda Villavicencio, confirmou que foram deportados 603 cidadãos (543 homens e 60 mulheres), enquanto outros relatos indicaram números variáveis, com informações que apontavam para mais de 800 deportações.

Diana Pozo, governadora da província de Carchi, garantiu que a operação de deportação envolveu um trabalho conjunto entre as autoridades dos dois países para minimizar constrangimentos durante o processo. No entanto, as autoridades colombianas manifestaram o seu descontentamento, sublinhando que foram apanhadas de surpresa e não tinham um plano de resposta preparado para receber os deportados.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Colômbia emitiu um comunicado expressando a sua indignação em relação a esta operação unilateral, caracterizando-a como uma violação do direito internacional. O presidente da Câmara de Ipiales, Amilcar Pantoja, afirmou que os deportados serão libertados, salvo se houver mandados de captura em vigor contra eles.

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