Rui Costa em Suspenso: Projeto Ambicioso ou Stratégia Eleitoral?
Gaspar Ramos, ex-diretor desportivo do Benfica, critica o novo projeto e os reforços de Rui Costa, sugerindo que são mais uma manobra eleitoral do que medidas financeiras viáveis.

No contexto das eleições presidenciais que se aproximam no Benfica, a recente apresentação de um ambicioso projeto por parte de Rui Costa e a inclusão de vários reforços suscitam críticas e desconfianças sobre suas verdadeiras intenções.
Em declarações ao Desporto ao Minuto, Gaspar Ramos, ex-diretor desportivo do clube, expressa a sua preocupação em relação ao “Benfica District” que Rui Costa revelou, três meses antes da votação dos sócios. Este projeto contempla a ampliação do Estádio da Luz para 80 mil lugares, que já tinha passado de 65 mil para 68.100 na presente temporada.
O ex-dirigente define o projeto como uma “perfeita loucura”, questionando a viabilidade de tal mudança em um momento de limitações financeiras. “É evidente que pessoas sensatas percebem que isto se trata de um ato eleitoral. Criar projetos é fácil na era digital, mas é necessário um bom senso financeiro”, afirmou.
Gaspar Ramos sublinha que o clube ainda não recuperou o investimento feito nas suas infraestruturas em redor do Estádio da Luz. “É irónico pensar em grandes obras agora quando não temos financiamento para tal”, continuou. “Se isto fosse uma realidade, teríamos que buscar financiamentos, e o custo da dívida seria elevado. O Benfica é um clube duradouro, mas é preciso agir com prudência”, disse.
Quanto aos reforços, até à data, o clube confirmou a contratação de cinco novos jogadores, com um investimento significativo. Ramos acredita que Rui Costa está a pressionar para fazer um bom trabalho até outubro, mas alerta que os resultados devem ser consistentes em campo. “Estamos a falar de nomes, mas é nos jogos que se prova a eficácia dessas contratações”, avisou.
Além disso, o ex-diretor manifestou preocupações sobre o impacto de uma possível eliminação da Liga dos Campeões, que poderia ser desastrosa para as finanças e a credibilidade do clube. “Não cumprir este objetivo pode levar a uma série de efeitos negativos e, por isso, questiono a obsessão de Rui Costa em vencer as eleições a qualquer custo”, concluiu.