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Sócrates critica jornalistas no tribunal: "As perguntas são repetidas"

O ex-primeiro-ministro José Sócrates acusou jornalistas de fazerem perguntas semelhantes às do MP, após nova sessão do julgamento da Operação Marquês. Ele negou ligações próximas a Ricardo Salgado.

09/07/2025 17:25
Sócrates critica jornalistas no tribunal: "As perguntas são repetidas"

José Sócrates voltou a manifestar descontentamento com a imprensa ao abandonar o tribunal após mais uma sessão do julgamento da Operação Marquês. O ex-primeiro-ministro criticou os jornalistas, afirmando que as suas perguntas "são iguais às do Ministério Público (MP)", sugerindo que as questões eram irrelevantes.

Na saída, Sócrates reafirmou que esteve apenas "entre as 21h30 e as 22h00" na casa do ex-banqueiro Ricardo Salgado, desmentindo as informações que surgiram a partir de escutas em que o seu nome aparece. “Na terça-feira, ouvimos escutas que mencionavam convites para almoçar ou jantar, mas eu nego que essas reuniões tenham ocorrido", declarou.

Durante a sua afirmação, Sócrates argumentou que não tem interesse em discutir a sua vida privada em público, direcionando a sua frustração para os jornalistas. "Eu expus claramente o que aconteceu, mas as vossas perguntas são fracas" – disse, antes de questionar a credibilidade das provas apresentadas pelo MP.

O procurador Rui Real tentou provar o contrário, apresentando escutas envolvendo o ex-motorista João Perna, onde o assunto do jantar mencionado surgia nas conversas. Apesar do foco do Ministério Público, Sócrates defendeu que só foi até à casa de Salgado para lhe entregar um livro e que a tão propalada visita foi brevíssima.

O MP ainda recorreu a uma interceção telefónica de Sócrates com José Maria Ricciardi, primo de Salgado, onde o ex-primeiro-ministro se referia a Salgado como um bom amigo. Sócrates, no entanto, comentou que isso não implica uma proximidade que tenha justificado as alegações.

O julgamento da Operação Marquês, que está a ocorrer onze anos após a detenção de Sócrates, envolve 21 arguidos e uma vasta gama de crimes. Duas centenas de testemunhas foram convocadas, com o tribunal a preparar-se para um processo longo e complexo, com sessões já agendadas até ao final do ano.

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