Starmer defende cessar-fogo antes do reconhecimento da Palestina
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, enfatizou a importância de um cessar-fogo imediato para facilitar a libertação de reféns e promover a paz na região.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, expressou hoje a necessidade urgente de um cessar-fogo antes de considerar o reconhecimento da Palestina como um Estado. Durante uma reunião com o Comité de Ligação, que reúne presidentes de diversas comissões parlamentares, Starmer destacou que a implementação de um cessar-fogo é crucial para a libertação dos reféns e para aumentar a entrega de ajuda humanitária em Gaza.
“Um cessar-fogo imediato é essencial, pois permitirá a liberação de mais reféns e garantirá que a ajuda chegue em quantidade significativa, que é desesperadamente necessária”, afirmou Starmer. O primeiro-ministro sublinhou também a importância de um processo político duradouro, considerando-o a única solução viável para uma base sustentável na região.
Starmer manifestou a sua convicção de que o Reino Unido pode desempenhar um papel de liderança nas negociações por uma solução pacífica para o conflito envolvendo Israel e os territórios palestinianos, nomeadamente a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. “Estivemos comprometidos com a questão do reconhecimento da Palestina como Estado, mas apenas quando houver melhores condições para isso, que contribuam para o processo de paz”, explicou.
O primeiro-ministro salientou que a comunidade internacional deve aproveitar as próximas semanas para elaborar planos viáveis para a reconstrução de Gaza, envolvendo uma maior cooperação com países árabes na região.
Hoje, o Reino Unido, juntamente com 24 outras nações, incluindo Portugal, assinou uma declaração que clama pelo fim do conflito nos territórios palestinianos e se opõe a quaisquer modificações territoriais na área. “O plano de colonização proposto pela Administração Civil é criticado por dividir um potencial Estado palestiniano em duas partes e infringir o direito internacional, minando assim a solução de dois Estados”, advertiram.
A declaração apela a um cessar-fogo “imediato, incondicional e permanente” e reforça o suporte aos esforços de mediação dos Estados Unidos, do Qatar e do Egito.
Enquanto isso, Israel e o Hamas continuam a dialogar no Catar em busca de um cessar-fogo, mas até agora, não foram reportados avanços significativos.
A atual guerra em Gaza seguiu-se ao ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 israelitas e na captura de 250 reféns, segundo as autoridades israelitas. Por outro lado, mais de 59 mil palestinianos já perderam a vida em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local, que também reporta dificuldades severas devido ao bloqueio de alimentos e medicamentos impostos por Israel, resultando na deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.