Tragédia em Gaza: Morte de Bebé Exacerba Crise Alimentar

Uma bebé de apenas um ano e meio de idade faleceu hoje no Hospital al-Aqsa, em Gaza, vitimada pela desnutrição grave, conforme indicaram autoridades sob controlo do Hamas.

Com esta perda, já são 69 os palestinianos que faleceram, desde outubro de 2023, por falta de nutrientes essenciais.

O responsável pela comunicação do Ministério da Saúde, Zaher al-Waheidi, salientou que estes números refletem apenas os casos notificados, podendo a realidade ser ainda mais alarmante, dado que crescem os relatos de pessoas que apresentam sintomas severos de fome, como fadiga extrema e lapsos de memória.

Ainda segundo as autoridades de saúde de Gaza, cerca de 17.000 crianças enfrentam subnutrição aguda, uma situação que tem contribuído para um aumento nos casos de bebés com baixo peso ao nascer, bem como um incremento nos abortos espontâneos e natimortos.

Desde 2 de março, Israel tem mantido um bloqueio às entradas de alimentos, e os raros camiões da ONU que conseguiram entrar no enclave palestiniano são frequentemente alvo de saques ou não conseguem garantir uma distribuição segura de bens.

A partir do final de maio, Israel exigiu que a ajuda fosse distribuída através de zonas militarizadas em Rafah, onde mais de 600 palestinianos perderam a vida devido a confrontos com as forças israelitas, segundo relatórios do Ministério da Saúde de Gaza e da Cruz Vermelha Internacional.

Os centros de distribuição são dimensões semelhantes a campos de futebol e estão cercados por vigiâncias rigorosas, arame farpado e barreiras. A única forma de acesso é através de uma vedação.

Os mantimentos são deixados no solo, e os palestinianos são forçados a correr para recolher a comida, frequentemente sob a ameaça de disparos das tropas israelitas.

Israel argumenta que a restrição visa evitar que a ajuda humanitária caia nas mãos do Hamas.