Tratores adaptados para melhorar mobilidade em áreas remotas de Moçambique
O Presidente Daniel Chapo anunciou que a aquisição de tratores com atrelados visa facilitar o transporte em zonas rurais sem acesso a estradas, reconhecendo as dificuldades no país.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, revelou esta sexta-feira que a introdução de tratores com atrelados para transporte público será uma solução viável para as regiões de difícil acesso no país, onde a construção de estradas enfrenta grandes desafios.
"Estes veículos são adequados para zonas rurais, conforme as solicitações das comunidades", comentou Chapo, no final de uma visita de três dias à Zambézia, onde a população expressou a necessidade de transporte após um período de intensos debates sobre esta alternativa.
Chapo destacou a realidade desafiadora em algumas áreas: "Existem lugares onde, mesmo com recursos, a construção de estradas é uma impossibilidade devido a condições geográficas, como as zonas inundadas de cultivo de arroz na Zambézia. O produtor rural é quem sente mais a falta deste transporte".
Os tratores com atrelados serão implementados especificamente onde o acesso é complicado, utilizado por serviços estatais para transportar medicamentos e materiais escolares. "Não são soluções para áreas urbanas ou lugares onde já existem estradas pavimentadas", esclareceu o chefe de Estado.
O governo planeia entregar um total de cem tratores adaptados para áreas rurais com infraestruturas degradadas, começando com a distribuição de 12 unidades em Cabo Delgado já este mês, enfatizando a importância de melhorar a mobilidade local.
Paulo Ricardo, presidente do Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações (FTC), sublinhou que estes tratores foram desenhados para proporcionar conforto durante o transporte aos passageiros, com cabinas protegidas contra intempéries e assentos acolchoados.
A oposição, representada pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), criticou esta solução, considerando-a uma "vergonha nacional" após meio século de independência, alegando que a promessa de melhores condições de transporte continua a ser incumprida.
Além disso, o governo anunciou planos para adquirir 390 autocarros, a maioria movidos a gás natural, para melhorar o transporte público, com um leilão em andamento para obter autocarros urbanos e rurais.