Trump admite ameaças a Moscovo e Pequim em gravações privadas
Em áudios obtidos pela CNN, Donald Trump revela que ameaçou bombardear Moscovo e Pequim, caso esses países agissem militarmente na Ucrânia ou em Taiwan, respetivamente.

No início desta semana, a CNN Internacional divulgou áudios onde Donald Trump, durante uma reunião de angariação de fundos, confessou ter ameaçado Vladimir Putin e Xi Jinping. O ex-presidente dos Estados Unidos explicou que avisou Putin que, se a Rússia invadisse a Ucrânia, teria de "bombardear Moscovo". Segundo Trump, embora Putin tenha inicialmente duvidado da sua ameaça, ele sentiu que o líder russo lhe deu alguma credibilidade.
Em relação à China, Trump afirmou que fez uma ameaça semelhante ao presidente Xi Jinping, referindo que, caso a China decidisse invadir Taiwan, Pequim seria alvo de um ataque. "Ele achou que eu era louco", comentou Trump, mas reiterou que nunca teve problemas significativos com o líder chinês.
As conversas, que ocorreram em encontros privados em Nova Iorque e na Florida, foram analisadas por jornalistas que escrevem um livro sobre a campanha de Trump para as eleições de 2024, onde também discutem as suas opiniões sobre a política externa e a deportação de estudantes que promovem protestos nos Estados Unidos.
No decorrer das reuniões, Trump afirmou que, se estivesse na presidência durante a administração de Joe Biden, teria conseguido evitar os conflitos atuais na Ucrânia e o agravamento da situação em Gaza. Ele também se gabou de ter convencido doadores a contribuírem com milhões para a sua campanha.
Em relação aos protestos nos colégios, Trump propôs a expulsão de estudantes que participassem neles, sublinhando que isso poderia resolver o problema. "Expulsem-nas do país e acho que isso vai acabar com o problema", disse.
Trump, ao comentar a situação em Gaza, previu a possibilidade de um cessar-fogo entre o Hamas e Israel, mas advertiu que "nada é definitivo". Referindo-se ao conflito na Ucrânia, mostrou-se impaciente em relação a Putin, afirmando que o líder russo "é muito gentil, mas isso não significa nada".