União Europeia alerta contra práticas desleais da China no setor dos veículos elétricos
Em visita a Pequim, a vice-presidente da Comissão Europeia, Teresa Ribera, manifestou a determinação da UE em não tolerar "dumping" nas importações de veículos elétricos chineses.

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia, Teresa Ribera, afirmou hoje em Pequim que a União Europeia não irá aceitar práticas de 'dumping' no que respeita aos veículos elétricos provenientes da China. Ribera, que tem a seu cargo a pasta da Transição Limpa, Justa e Competitiva, está na capital chinesa para participar no Sexto Diálogo de Alto Nível sobre Ambiente e Clima entre a China e a UE.
Durante uma conferência de imprensa, destacou que a ideia de optar por produtos a baixo custo pode ser interpretada como positiva para novas abordagens de descarbonização no mercado europeu, mas sublinhou também a necessidade de evitar que o excesso de capacidade industrial impacte negativamente outras regiões. Esta crítica reflete as preocupações levantadas pelo bloco europeu acerca das práticas industriais de Pequim nos últimos anos, segundo a agência Efe.
Ribera frisou a importância de proteger a economia aberta da Europa, garantindo ao mesmo tempo a transparência e a previsibilidade do Estado de direito.
A dirigente espanhola classificou as reuniões com as autoridades chinesas como produtivas, ressaltando o consenso entre Pequim e Bruxelas na necessidade de alinhar as suas economias com as agendas ambientais.
De acordo com Ribera, houve "avanços substanciais" nas discussões sobre o meio ambiente, abordando temas como mercados de emissões de carbono, políticas hidrológicas, economia circular e proteção da fauna.
Tanto a China como a UE reconhecem que o Acordo de Paris, do qual os EUA se retiraram no início do ano, permanece como um quadro adequado para enfrentar as alterações climáticas.
A China, que é o maior emissor de gases de efeito de estufa a nível global, comprometeu-se a atingir a neutralidade carbónica até 2060 e a reduzir as emissões de dióxido de carbono por unidade de PIB em pelo menos 60% até 2030, com base nos níveis de 2005.
Entretanto, o Greenpeace e outras organizações têm pressionado a China a estabelecer um calendário claro para a eliminação gradual do carvão.
Apesar do crescimento das energias renováveis na China, como a solar e eólica, que já representa um quarto da produção energética do país, Pequim continua a ser criticada pela construção de novas centrais a carvão.