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A forma certa de desinfetar feridas: cuidados essenciais

A médica Deolinda Chaves Beça revela como desinfetar feridas corretamente e quando deve procurar ajuda médica. Descubra as melhores práticas de cuidado.

há 5 horas
A forma certa de desinfetar feridas: cuidados essenciais

Crescemos habituados a ver as nossas mães a utilizar álcool, água oxigenada ou Betadine nas feridas, mas será que essas práticas ainda são adequadas? De acordo com Deolinda Chaves Beça, especialista em medicina geral e familiar, nem sempre. A utilização de álcool e água oxigenada em feridas abertas não é recomendada, pois além da dor intensa que causam, podem atrasar o processo de cicatrização.

Para desinfetar feridas, o mais eficaz é iniciar com uma lavagem cuidadosa em água corrente e sabão neutro. É essencial spentar de dois a cinco minutos para remover sujeira e agentes patogénicos. Após a lavagem, se não houver alergias, pode-se aplicar uma solução antisséptica suave como a cloro-hexidina ou iodopovidona. A verdadeira chave está na limpeza mecânica, mais do que nos produtos químicos utilizados, além de garantir que as mãos estejam sempre bem lavadas.

No caso de crianças pequenas, o cuidado deve ser ainda maior. O método de limpeza com água e sabão permanece, mas produtos irritantes devem ser evitados. A cloro-hexidina em solução aquosa é geralmente a opção mais segura. Além disso, deve-se usar compressas suaves e tranquilizar a criança, uma vez que a experiência pode ser assustadora para ela.

A utilização de álcool e água oxigenada deve ser evitada porque causam danos aos tecidos saudáveis e podem realmente prejudicar a regeneração da pele. O álcool é demasiado agressivo, enquanto a água oxigenada, apesar de parecer uma solução eficaz por causa do seu efeito efervescente, destrói células essenciais ao processo de cura.

Recorde-se também de que o algodão não é uma boa opção, pois pode deixar fios dentro da ferida, favorecendo infeções. Compressas esterilizadas são a escolha mais segura.

Até mesmo feridas sem sangramento, como raspões, precisam ser desinfetadas de forma adequada para evitar infeções, já que expõem a pele a agentes externos. Para cortes com sangramento, a pressão deve ser aplicada diretamente à ferida com um pano limpo, e o membro deve ser elevado para ajudar a controlar o fluxo sanguíneo antes de qualquer outro tratamento.

A dúvida sobre deixar a ferida ao ar livre ou cobri-la com um penso depende do tipo de ferimento. Atualmente, sabemos que feridas cicatrizam melhor em ambiente húmido e protegido, e um penso adequado pode manter a ferida hidratada e limpa. Assim, a escolha geralmente recai sobre o uso de pensos, exceto em casos de feridas muito superficiais.

Em termos de cuidados adicionais, é importante saber quando procurar ajuda médica. Se a ferida for profunda, com bordos que não se juntam sozinhos, ou se houver sangramento persistente, deve-se consultar um profissional. Os pontos de sutura são indicados para feridas mais profundas e em zonas de maior movimento, enquanto as tiras de sutura são adequadas para cortes mais superficiais.

Por fim, proteger as cicatrizes do sol nos primeiros seis a doze meses é crucial. A exposição solar pode causar manchas permanentes e alterar a textura da pele. É recomendado o uso de protetor solar de fator 50+, com reaplicação frequente, e, sempre que possível, cobrir a área com roupa ou penso. Cuidados adequados podem fazer com que a cicatriz seja menos visível ao longo do tempo.

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