Agentes da PSP em prisão preventiva por suspeitas de tortura
Dois polícias de segurança pública foram detidos e colocados em prisão preventiva devido a acusações sérias de tortura e outras infrações, numa investigação que revela comportamentos alarmantes.
Dois agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) foram detidos e submetidos a prisão preventiva após um primeiro interrogatório judicial realizado na passada sexta-feira, conforme noticiado pelo Expresso.
Fontes judiciais citadas pelo semanário indicam que o juiz decidiu aplicar a medida mais severa devido ao risco de os suspeitos continuarem a praticar atividades ilícitas e à possível perturbação das investigações em curso.
Numa operação levada a cabo pelo Ministério Público, foram realizadas diversas buscas em várias esquadras da primeira Divisão Policial de Lisboa, resultando na detenção destes dois agentes. As alegações incluem tortura, ofensas à integridade física, peculato e falsificação de documentos, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Até à data, já foram registados cerca de dez delitos.
As buscas abrangeram esquadras no Bairro Alto e no Rato, bem como residências dos envolvidos. O início do inquérito decorreu de uma denúncia feita pela própria direção nacional da PSP, após se terem tornado conhecidos os comportamentos suspeitos de um agente da Primeira Divisão e de outro do Comando Metropolitano de Lisboa.
As investigações indicam que os agentes, que atuavam de forma violenta, teriam agredido uma pessoa detida por suspeita de furto na esquadra do Rato. Relatos sugerem que tentaram ainda cometer atos de sodomia com um bastão, tendo supostamente captado esses momentos em vídeo.
Essas imagens foram posteriormente reportadas aos superiores, levando ao encaminhamento da situação ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, que mobilizou recursos para fazer face à situação na quinta-feira.
Além das detenções, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) anunciou hoje a abertura de um processo administrativo relacionado a este caso. A IGAI informou que está a aguardar a entrega de informações complementares por parte da PSP.
O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, expressou a sua desilusão com a detenção dos agentes, enfatizando que qualquer caso de má conduta é inaceitável. No entanto, reafirmou a confiança nas instituições policiais e no compromisso dos mais de 20 mil polícias que atuam com dedicação.
O diretor optou por não comentar o caso em detalhe devido ao segredo de justiça em vigor, mas reiterou a importância de as autoridades manterem a integridade e a confiança pública.