"António José Teixeira justifica demissão como necessária para a renovação"
O ex-diretor de informação da RTP revelou que a sua saída se deve à reestruturação comunicada pela administração, afirmando que a decisão é legítima e não envolveu influências governamentais.

Na sua audição na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, António José Teixeira, que até recentemente ocupava a posição de diretor de informação da RTP, comentou a sua demissão ocorrida em junho. Segundo Teixeira, as razões apresentadas pela administração foram claras, destacando-se a "necessidade de renovação" e "reestruturação".
"As razões da demissão são aquelas que me foram comunicadas", sublinhou durante uma hora de declarações, onde reiterou que não se sente à vontade para especular sobre os motivos da sua saída. "Deixo isso para quem tenha mais condições para responder sobre o tema", acrescentou.
Teixeira, que já prestou declarações à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) a respeito da sua exoneração, considerou a decisão do Conselho de Administração da RTP como legítima, afirmando que "os mandatos não são eternos".
Quando questionado sobre a observância das formalidades no processo de demissão, Teixeira respondeu que "obviamente que há mecanismos que devem ser respeitados" e expressou confiança de que estavam a ser seguidos, após contactos entre a administração e o Conselho de Redação.
Comentando a reestruturação da RTP, Teixeira destacou que esta vai além da sua área de informação. Além disso, frisou a importância do modelo de governação da RTP, através do Conselho Geral Independente, que tem como objetivo garantir a autonomia do grupo de media público. "Tive e tenho beneficiado dessa autonomia que protege o nosso trabalho da RTP de possíveis interferências", afirmou.
Finalmente, Teixeira rejeitou qualquer alegação de influência direta por parte de membros atuais ou anteriores do governo em sua demissão.