Economia

Apoios aos Viticultores do Douro Podem Aumentar e Chegar Até Setembro

O ministro da Agricultura anunciou que os viticultores do Douro devem receber apoio para os excedentes de produção até setembro, com a possibilidade de valores superiores a 13 milhões de euros.

17/07/2025 23:25
Apoios aos Viticultores do Douro Podem Aumentar e Chegar Até Setembro

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, expressou a sua expectativa de que os viticultores da região do Douro recebam até setembro os apoios destinados aos excedentes de produção de uvas. Durante uma audição na Assembleia da República, convocada a pedido do Partido Socialista (PS), do PCP e do JUNTOS Pelo Povo (JPP), o ministro revelou que o valor final pode ultrapassar os 13 milhões de euros inicialmente anunciados, dependendo da quantidade de uvas entregues para destilação.

As declarações ocorreram após novos protestos por parte dos viticultores, que se manifestaram na quarta-feira passada contra as dificuldades de escoamento da sua produção e a venda a preços insuficientes. José Manuel Fernandes frisou que a medida visa apoiar especialmente os pequenos e médios produtores e salientou que o Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP) será o responsável por gerir esses apoios.

Durante a discussão, o ministro enfatizou a importância da consulta aos viticultores, afirmando que “entregámos um documento interinstitucional” e que a quantidade de apoio dependerá da quantidade de uvas que serão entregues para distilação. “Ninguém consegue prever com certeza, por isso é necessário fazer contas”, acrescentou.

José Manuel Fernandes também compartilhou dados sobre a produção na região, revelando que existem 18.293 viticultores no Douro, dos quais 7.485 têm menos de 0,5 hectares. Ele destacou que o stock na região é de 444 milhões de litros, em contraste com a produção total de Portugal, que é de 700 milhões de litros. Na última campanha, foram produzidos 155 milhões de litros de vinho, dos quais apenas 115 milhões foram vendidos, resultando numa acumulação significativa do produto.

O ministro aproveitou para esclarecer que, apesar das dificuldades, o setor vitivinícola não está em crise total, uma vez que no ano passado se verificou um excedente de 11% em relação a 2023, equivalente a 806 milhões de euros.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no mesmo dia, entregou uma moção ao primeiro-ministro, reivindicando melhorias, como a proibição de compra de uvas abaixo do custo de produção.

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