Economia

Aumento de 0,1% nos preços ao consumidor na China em junho põe fim a quatro meses de descidas

O índice de preços ao consumidor na China registou um aumento de 0,1% em junho, surpreendendo analistas após quatro meses de diminuição, segundo o Gabinete Nacional de Estatística.

há 7 horas
Aumento de 0,1% nos preços ao consumidor na China em junho põe fim a quatro meses de descidas

O índice de preços ao consumidor da China teve um aumento de 0,1% em junho em comparação com o mesmo mês do ano passado, marcando o primeiro crescimento após quatro meses de descidas consecutivas, conforme revelado pela agência estatística do país. Este resultado surpreendeu muitos analistas, que esperavam outra contração nos preços, especialmente após uma redução de 0,1% em maio.

De acordo com Dong Lijuan, um especialista do Gabinete Nacional de Estatística, as iniciativas do governo para fomentar a procura interna e incentivar o consumo estão a dar frutos e parecem continuar a ter impacto positivo.

No entanto, a China, que é a segunda maior economia do mundo, ainda enfrenta uma pressão deflacionista. Esta é causada por uma combinação de fraca procura interna e excesso de capacidade industrial, uma situação agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que prejudica a liquidação dos inventários acumulados pelas empresas.

A deflação, que se caracteriza por uma queda anual nos preços ao consumidor, indica uma fraqueza no consumo e no investimento doméstico. Este cenário é altamente preocupante, pois uma descida nos preços dos ativos – frequentemente adquiridos com crédito – pode gerar um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

As autoridades chinesas têm reiterado a importância do fortalecimento da procura interna, considerando-a uma das prioridades económicas para 2025.

Além disso, os dados do índice de preços no produtor, que mede os preços à saída das fábricas, mostram uma acentuação da descida, que passou de 3,3% em maio para 3,6% em junho, o nível mais baixo desde julho de 2023. Esta diminuição foi superior ao que o mercado antecipava.

Dong Lijuan também mencionou que certas indústrias voltadas para a exportação estão a sentir uma pressão significativa nos preços e que a incerteza no comércio global está a afetar as expectativas das empresas exportadoras.

No mês anterior, Pequim e Washington anunciaram um acordo temporário de 90 dias, no qual a China se comprometeu a reduzir as tarifas sobre produtos norte-americanos de 125% para 10%, enquanto os Estados Unidos diminuíram as suas tarifas sobre bens chineses de 145% para 30%.

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