Aumento de focos de criminalidade em Lisboa preocupa autarcas

Durante a Cimeira da Grande Lisboa, promovida pela SIC Notícias, Carlos Moedas (PSD), presidente da Câmara de Lisboa, expressou a sua preocupação com o aumento de certos tipos de crime na capital, apesar da diminuição geral da criminalidade. "Lisboa é uma cidade segura, mas não podemos nos limitar a olhar os números de forma superficial. É essencial desagregar esses dados", sublinhou.

Moedas destacou que, embora a criminalidade tenha caído no geral, "há focos que estão a aumentar", com um aumento alarmante de 68% nos crimes de violação em zonas como Martim Moniz e Arroios. Ele também apontou que, enquanto o número de polícias na cidade caiu de 8.000 em 2010 para cerca de 6.700 hoje, a Polícia Municipal sofreu uma redução significativa, passando de 600 elementos em 2018 para cerca de 400.

O autarca reiterou a necessidade de o Governo conferir mais poderes à Polícia Municipal, uma vez que os agentes são formados pela PSP e têm competência para agir. Em Almada, a presidente Inês de Medeiros (PS) anunciou o lançamento de um concurso para a criação de 25 novos polícias municipais, numa tentativa de reforçar a segurança e a proximidade com a comunidade.

Na mesma linha, Basílio Horta (PS), presidente de Sintra, referiu a diminuição da criminalidade violenta, mas notou o aumento da violência doméstica, associando este fenómeno à pobreza em certas áreas do concelho. Em Oeiras, Isaltino Morais (IN-OV) destacou uma melhoria na segurança, embora a violência doméstica tenha também aumentado.

Ricardo Leão (PS), presidente de Loures, alertou para o crescimento da criminalidade violenta e do roubo por esticão, enfatizando a necessidade de mais policiamento de proximidade e a impotência da PSP com apenas três viaturas para 150 mil habitantes.

Por fim, em Cascais, o vice-presidente Nuno Piteira Lopes (PSD) anunciou a instalação de 440 câmaras de videovigilância e defendeu a ampliação das competências da Polícia Municipal, criticando o envolvimento dos agentes da PSP em atividades que não são de combate ao crime.