Autarcas da Grande Lisboa apoiam Loures na luta contra a crise habitacional
Durante uma cimeira organizada pela SIC Notícias, autarcas da Área Metropolitana de Lisboa discutiram a crise da habitação, manifestando apoio à Câmara de Loures e pedindo ações imediatas.

A 'Cimeira da Grande Lisboa', promovida pela SIC Notícias, reuniu hoje cinco presidentes de câmara - Almada, Lisboa, Loures, Oeiras e Sintra - além do vice-presidente de Cascais, para abordar questões críticas relacionadas com habitação, segurança e transportes.
O presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, destacou a sua solidariedade com os autarcas, lamentando o estigma que recai sobre eles ao afirmarem: "Parece que somos os maus." Esta perspectiva foi partilhada por Inês de Medeiros, autarca de Almada, que afirmou: "Compreendo bem o que Ricardo Leão, presidente da câmara de Loures, está a experienciar." Ela também admitiu a realidade de demolir habitações precárias.
Inês de Medeiros enfatizou que a situação de alojamento precário em Almada está a aumentar, especialmente em terrenos do Estado, e teceu críticas à ineficácia do IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana). Na abertura do encontro, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, reconheceu as dificuldades, que levaram Almada a adotar uma moção unânime para abordar a questão.
A autarca de Almada frisou que “a autarquia não consegue proporcionar realojamento para todos”, sendo necessário um plano urgente para mitigar o problema habitacional. Basílio Horta, presidente da Área Metropolitana de Lisboa, acrescentou que é vital unir esforços entre o governo central, autarquias e o setor privado para implementar um plano de emergência habitacional. "Este é, sem dúvida, um dos desafios políticos mais críticos desde o 25 de Abril", alertou.
O debate revelou um consenso entre os autarcas sobre a necessidade de uma abordagem coordenada e não apenas reativa. Isaltino Morais, presidente da câmara de Oeiras, partilhou a mesma preocupação, destacando o aumento de habitações precárias desde 2014. Ele argumentou que o problema exige mais habitação pública, atribuindo às câmaras o papel crucial na sua resolução.
Carlos Moedas concordou em que é fundamental "libertar terrenos para construção", enquanto criticou a falta de apoio financeiro dos governos aos municípios. O vice-presidente de Cascais, Nuno Piteira Lopes, também participou do debate, reiterando que a construção de mais habitação é a chave para resolver a crise, com a entrega de novas unidades do parque público do concelho prevista para o último trimestre deste ano.