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Avanços na deteção precoce do Alzheimer através de novo exame

Um estudo inovador da Universidade Federal de São Carlos propõe um exame que pode identificar sinais precoces de Alzheimer, focando na proteína ADAM10 e numa alteração genética recém-descoberta.

há 5 horas
Avanços na deteção precoce do Alzheimer através de novo exame

Uma equipa de investigadores da Universidade Federal de São Carlos, localizada no estado de São Paulo, Brasil, fez progressos significativos na deteção precoce de Alzheimer ao desenvolver um exame inovador. Este exame visa identificar a doença numa fase inicial, o que é crucial, uma vez que o diagnóstico precoce pode melhorar consideravelmente as opções de tratamento.

O estudo envolveu 500 voluntários, tanto com como sem a patologia. Os resultados foram publicados na revista Neurobiology of Aging e destacaram uma alteração genética rara associada à doença em conjunto com níveis elevados da proteína ADAM10.

A relação entre a proteína ADAM10 e Alzheimer é bem conhecida na comunidade científica. Márcia Regina Cominetti, uma das coordenadoras do projeto, explicou que “a ADAM10 é um biomarcador consagrado da doença de Alzheimer, que ganhou relevância com os avanços em tecnologia que possibilitam a detecção de concentrações mínimas desta proteína no plasma sanguíneo”.

O estudo indicou que uma alteração genética específica pode levar a um aumento de moléculas de ADAM10 inativas no sangue, resultando numa diminuição das moléculas ativas que inibem a formação de placas beta-amiloides no cérebro. Com isso, Cominetti destaca: “A identificação precoce aumenta as possibilidades de retardar o início dos sintomas, pois a reversão do processo neurodegenerativo é viável apenas na fase inicial, que é conhecida como comprometimento neurocognitivo leve”.

Graças a este novo exame, existem esperanças de identificar indivíduos com maior risco de desenvolver Alzheimer. “Estamos a vislumbrar a possibilidade de a ADAM10 se tornar um marcador prognóstico, ajudando a prever o desenvolvimento da doença antes da aparição de alterações patológicas”, sublinha a especialista.

Embora a investigação atual se concentre em métodos de deteção e não diretamente em curas, Cominetti acredita que este trabalho poderá abrir portas a tratamentos futuros. “Estamos a trabalhar para o longo prazo e, eventualmente, a cura poderá ser descoberta. Nessa altura, um método de diagnóstico eficaz como o que estamos a propor será invaluable.”

Além deste teste, a especialista salientou a importância de estabelecer um banco de dados sobre os fatores de risco associados ao Alzheimer. “Este banco representa uma população diversificada, onde a perceção dos fatores de risco pode variar significativamente entre diferentes regiões, o que é crucial para uma abordagem mais eficaz na investigação da doença”, concluiu.

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