Política

Bloco de Esquerda defende ação assertiva da UE face a tarifas dos EUA

Mariana Mortágua, coordenadora do BE, alerta para a necessidade de uma resposta firme da União Europeia às tarifas anunciadas por Trump, em vez de uma postura subserviente.

há 3 horas
Bloco de Esquerda defende ação assertiva da UE face a tarifas dos EUA

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, expressou hoje a convicção de que a União Europeia deve adotar uma "posição forte" em relação aos Estados Unidos, em vez de demonstrar "total subserviência".

Em declarações à agência Lusa, Mortágua enfatizou que "existem passos significativos que podem ser dados". A UE, segundo a líder do BE, tem o potencial de regular o setor das redes sociais e os grandes conglomerados tecnológicos norte-americanos.

Esta posição foi reforçada após o anúncio de Donald Trump, que revelou a imposição de tarifas de 30% sobre todos os produtos da UE, a vigorar a partir de 1 de agosto. Mariana Mortágua participou esta tarde na 13.ª edição do evento Sementeira, em Viseu, onde sublinhou que a União Europeia tem capacidade para "intervir contra os gigantes norte-americanos no seu território".

Segundo a dirigente, "isso poderá impactar negativamente a economia dos EUA e é algo que se pode realizar com a vontade necessária".

Mortágua lembrou a persistência das ameaças tarifárias de Trump, que, segundo ela, terão um efeito direto na indústria europeia e nacional. "Em vez de uma resposta robusta da UE e do Governo português, temos assistido a uma tentativa de subserviência, apenas para conter os instintos competitivos de Trump,” lamentou.

A deputada do BE criticou ainda a estratégia de "apostar na militarização da economia" como uma forma de combater a política industrial de Trump e a estagnação da União Europeia, ressaltando que "não tem gerado resultados positivos".

“A UE está a ficar para trás em várias frentes, seja a inovação tecnológica, a transição climática, ou na defesa do seu próprio Estado social. É essencial que percebam que não conseguirão responder à estratégia expansionista de Trump com uma atitude subserviente," enfatizou.

Após o anúncio das tarifas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que Bruxelas mantém-se aberta à negociação com os EUA, com o objetivo de alcançar um acordo antes da data limite estipulada. Contudo, avisou que a UE tomará "todas as medidas necessárias" para proteger os seus interesses, incluindo a possibilidade de implementar contramedidas adequadas.

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