Bombeiros de Monção e Valença em risco de paragem de serviços por dívidas do INEM
Bombeiros de Monção e Valença ameaçam suspender serviços de emergência pré-hospitalar devido ao incumprimento financeiro do INEM, que deve centenas de milhares de euros às corporações.

A situação financeira das corporações de bombeiros de Monção e Valença está sob ameaça, com ambas as associações a considerarem a suspensão dos seus serviços de emergência pré-hospitalar por causa de dívidas significativas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Monção revelou que a dívida do INEM ultrapassa os 255 mil euros, uma situação que, segundo a associação, está a "comprometer a tesouraria" e a impossibilitar a manutenção de um "serviço essencial com a qualidade e prontidão desejadas pela população".
Em esforço semelhante, os Bombeiros de Valença alertaram que, caso a dívida de milhares de euros persista, poderão ser forçados a "ponderar medidas drásticas, como a redução ou suspensão da nossa capacidade de resposta em emergência pré-hospitalar". Essa eventualidade seria “profundamente lamentável” e poderia afetar diretamente a qualidade dos serviços prestados à comunidade.
Os bombeiros de Monção reiteram a sua compromisso em "salvar vidas e servir a comunidade", porém a grave situação financeira impõe a consideração de suspender a prestação de socorro. Na falta de uma resolução administrativa, a corporação já iniciou um processo judicial para exigir o cumprimento das obrigações do INEM.
"É insustentável conduzir a corporação nessas condições. O principal parceiro, o Estado português através do INEM, é o que mais falha", afirmou Gonçalo Nuno Oliveira, presidente da associação dos bombeiros de Monção. Ele sublinha que os "atrasos significativos nos pagamentos comprometem a tesouraria", ameaçando o pagamento de salários, a manutenção de viaturas e a capacidade de prestar um socorro eficaz.
Segundo a corporação, esta situação prolonga-se há demasiado tempo e está a ameaçar a continuidade dos postos de trabalho dos operacionais. O presidente da direção considera inaceitável que os fornecedores da associação sejam obrigados a suportar os custos da operação, devido às dificuldades de tesouraria.
De acordo com as informações dos bombeiros de Valença, o dinheiro em causa representa uma compensação mínima pelos custos operacionais relativos aos serviços de emergência, como salários, manutenção de equipamentos e combustível. A atual situação exige uma solução urgente por parte das autoridades competentes.
"Os bombeiros voluntários de todo o país são essenciais na operacionalização do Sistema Integrado de Emergência Médica e garantem a maioria das respostas às urgentíssimas situações médicas", acrescentam.
A agência Lusa já contactou o INEM e está aguardar esclarecimentos.