CNA e AVADouriense pedem medidas urgentes frente ao corte na produção de vinho do Porto

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (AVADouriense) manifestaram, esta sexta-feira, a sua preocupação com a redução da produção de vinho do Porto, exigindo medidas estruturais para a Região Demarcada do Douro (RDD).

O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) revelou que nesta vindima se transformariam 75 mil pipas de mosto em vinho do Porto, um decréscimo de 15 mil pipas em relação ao ano anterior, quando a produção foi fixada em 90 mil pipas.

Este corte, afirmam, representa uma ameaça aos rendimentos dos pequenos e médios viticultores, colocando muitos numa situação financeira insustentável. A CNA sublinha que, além do apoio imediato, são necessárias reformas estruturais para resgatar a economia da região, que se encontra a ser ameaçada.

Com a redução da produção, a CNA salienta que é vital implementar medidas que compensem os viticultores, particularmente os de menor dimensão, evitando a burocracia e garantindo recursos suficientes. A confederação rejeita a ideia de arrancar vinhas, argumentando que isso levaria ao desmantelamento da própria região, diminuindo o seu valor económico, social e cultural.

Ambas as associações condenam ainda a prática de grandes operadores que comunicam aos viticultores que não irão receber as uvas, num cenário já complicado por elevados custos de produção e crise nas adegas, que carecem de capacidade de armazenamento. Este contexto fragiliza ainda mais os cerca de 20 mil viticultores da região.

Por fim, a CNA e a AVADouriense reiteram o seu apoio aos viticultores durienses, exigindo soluções que permitam a venda das uvas a preços justos e assegurando condições dignas para o futuro agrícola da região. Ambas as entidades estão preparadas para tomar as iniciativas necessárias para continuar esta luta justa.