Críticas à Ministra da Saúde por Falhas no INEM Aumentam
Livre e PAN expressam descontentamento pela permanência da ministra da Saúde no cargo, após relatório sobre morte durante greve do INEM, sem que responsabilidades políticas sejam assumidas.

A deputada do Livre, Filipa Pinto, manifestou a sua indignação pelo facto de a ministra da Saúde ainda se manter no cargo, mesmo após os reiterados problemas no INEM. "É lamentável que, após tantos episódios evidentes de falhas, a senhora ministra continue a acreditar que é apropriado permanecer em funções", afirmou aos jornalistas no parlamento.
Um relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), ao qual a Lusa teve acesso, revelou que um utente, de 86 anos, faleceu de enfarte em Bragança, devido a uma demora de 1:20 para o INEM chegar. A IGAS indicou que se a assistência tivesse sido imediata, a sobrevivência poderia ter sido viável, embora não culpe os profissionais que estavam de serviço.
A deputada do Livre enfatizou que não é suficiente apenas lamentar a morte, sublinhando que "as responsabilidades políticas" devem ser assumidas sempre que ocorrem falecimentos. Também denunciou que o Governo ignora os relatos sobre insuficiências no sistema do INEM, o que agrava a preocupação em torno da situação.
A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, também expressou a sua desilusão pela falta de responsabilidade política da ministra. "É alarmante tudo o que está a ocorrer no INEM e o relatório da IGAS deixa isso claro", disse, apelando para que o Governo implemente uma medida do PAN aprovada no orçamento, que prevê a adição de 400 novos técnicos ao INEM.
Paula Santos, líder parlamentar do PCP, considerou que o atual governo não está a adotar as medidas necessárias para resolver os problemas do INEM. Embora não exija a demissão da ministra, defendeu a urgência em reforçar os meios humanos e técnicos do instituto para garantir uma resposta adequada às emergências. "Mudar ministros sem uma mudança de políticas não resolverá os problemas que persistem", alertou.
O inquérito concluiu ainda que, embora a situação tenha sido agravada por comorbilidades do utente e antecedentes cardiovasculares, a IGAS observou que os trabalhadores do CODU não podem ser responsabilizados pela demora devido à elevada carga de chamadas que enfrentavam.