Equador exclui Galápagos para nova base militar dos EUA e sugere alternativas
O Presidente do Equador, Daniel Noboa, revelou que as ilhas Galápagos estão fora de consideração para uma base militar dos EUA, apontando Manta e Salinas como opções.
O Presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou esta manhã que as ilhas Galápagos não serão o local escolhido para a reinstalação de uma base militar norte-americana. Durante uma entrevista ao canal Teleamazonas, Noboa indicou que as cidades costeiras de Manta e Salinas estão a ser consideradas como alternativas viáveis.
"Discutimos com Kristi Noem, a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, que estará no Equador na próxima semana pela segunda vez em três meses. As prioridades estão agora em Salinas ou Manta, uma vez que Baltra [Galápagos] foi descartada", afirmou o líder equatoriano. Ele sublinhou a crescente preocupação com o tráfico de armas, combustível e drogas na região.
As Galápagos, localizadas a mil quilómetros da costa do Equador, são conhecidas pelas suas reservas marinhas ímpares e por terem inspirado Charles Darwin na sua teoria da evolução.
Noboa destacou que já existem infraestruturas militares em Manta e Salinas, o que facilitaria a reativação da base para fins de controlo marítimo, ao contrário de outros locais na costa, como Esmeraldas, que se encontra na fronteira com a Colômbia.
Os Estados Unidos mantiveram uma instalação militar na ilha de Baltra durante a Segunda Guerra Mundial para proteger o canal do Panamá, causando um quase desaparecimento da iguana-amarela nativa. Além disso, entre 1999 e 2009, forças norte-americanas operaram a partir da base de Manta em funções de combate ao tráfico no Pacífico, até que, em 2008, uma proibição constitucional de bases estrangeiras foi implementada durante o governo de Rafael Correa.
Como parte de um referendo agendado para 16 de novembro, uma das questões abordadas por Noboa propõe a reavaliação da permissão para bases militares estrangeiras em território equatoriano. Noboa comentou: "Primeiro será realizada uma consulta, e após isso haverá um período de discussão com qualquer país, não apenas com os Estados Unidos, para avaliar se a presença de uma base seria benéfica para ambas as partes."
Além disso, o líder equatoriano revelou que o governo está em diálogo com o Brasil para considerar a criação de uma base policial na Amazónia, nas regiões de Sucumbíos e Orellana, que têm sido gravemente afetadas pela mineração ilegal.