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EUA reforçam a segurança nacional com investimento em minas de terras raras

A parceria público-privada da MP Materials e o Pentágono visa reduzir a dependência da China em terras raras, essenciais para a Defesa e Energias Renováveis.

11/07/2025 21:55
EUA reforçam a segurança nacional com investimento em minas de terras raras

A MP Materials, uma importante mineradora de terras raras, fez um anúncio significativo ao estabelecer uma nova colaboração com o Departamento de Defesa dos EUA, o Pentágono. Esta parceria transforma o governo americano no principal acionista da empresa, que receberá um investimento aproximado de 400 milhões de dólares (342 milhões de euros) para fortalecer a produção de terras raras durante os próximos dez anos.

O secretário de Energia, Chris Wright, expressou a necessidade urgente de os Estados Unidos assegurarem o fornecimento de terras raras. Durante uma entrevista à Fox News, ele destacou que "precisamos de ter controlo" sobre esta cadeia de abastecimento, para não depender da influência chinesa, que atualmente domina este mercado crítico.

Wright recordou que a proposta do anterior Presidente, Donald Trump, focava na reindustrialização do país, enfatizando a importância da mineração interna para a segurança nacional e económica dos EUA. Com a nova operação, o Pentágono garantirá uma participação de 15% na MP Materials, possibilitando um fluxo financeiro estável para a empresa.

A companhia pretende iniciar a construção de uma nova unidade de fabricação de ímanes, conhecida como 10X, uma vez definido o local adequado. A produção nesta nova infraestrutura, que se espera que comece em 2028, será destinada tanto ao setor da Defesa como a clientes privados, aumentando a capacidade total de produção para 10.000 toneladas anualmente.

Adicionalmente, o Departamento de Defesa comprometeu-se a garantir um preço mínimo para a produção de uma liga utilizada em motores e geradores, mitigando riscos associados à especulação no mercado global e assegurando um fluxo de caixa previsível.

As terras raras, compostas por dezassete elementos com várias funcionalidades, são vitais para várias tecnologias contemporâneas, desde dispositivos eletrónicos a sistemas energéticos. No entanto, a sua extração suscita preocupações ambientais, dado o volume de recursos naturais consumidos e os danos gerados aos ecossistemas locais.

Este movimento dos EUA reflete uma preocupação crescente com a dependência das importações chinesas, que têm sido foco das negociações comerciais e de acordos internacionais, como o tratado com a Ucrânia assinado em fevereiro. Além disso, existe uma crescente atenção ao território da Gronelândia, que contém vastos recursos de terras raras, reforçando a geopolítica em torno desta matéria-prima estratégica.

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