Falecimento de Filipe Guerra, renomado tradutor de clássicos russos
Filipe Guerra, conhecido pelos seus impactantes trabalhos de tradução de grandes autores russos, faleceu no domingo. Deixou um legado inestimável no mundo da literatura.
Filipe Guerra, tradutor premiado e figura de destaque na literatura, faleceu no passado domingo, como confirmado pela editora Presença. Reconhecido pelas suas traduções diretas do russo, Filipe colaborou com a sua mulher, Nina Guerra, em obras de grandes nomes como Dostoievski, Tolstoi e Tchekhov.
Em sua trajetória, Filipe e Nina Guerra também traduziram para várias editoras, incluindo Relógio d'Água e Assírio e Alvim. O editor Francisco Vale lembrou esta parceria, que se estendeu por cerca de 30 anos, e destacou a meticulosidade e generosidade do tradutor em relação ao seu ofício. Filipe não hesitava em entrar em contato com editoras para elogiar ou criticar outras traduções, revelando um compromisso admirável com a qualidade.
A Assírio e Alvim também se juntou às homenagens, lamentando a perda do "inesgotável tradutor" e "leitor exigente". Esta editora expressou a sua gratidão a Filipe Guerra pelo impacto que teve nas suas publicações.
De acordo com o jornal Público, que divulgou a notícia, Filipe Guerra faleceu no Hospital Garcia de Orta, em Almada, no dia 6 de julho, após uma doença prolongada. Nascido em 1948 e licenciado em Filologia Românica pela Universidade Clássica de Lisboa, desenvolveu uma carreira dedicada à tradução e à cultura, tendo trabalhado na Cooperativa Livreira Esteiros desde 1975 e realizado programas de rádio sobre literatura.
Entre 1986 e 1989, Filipe viveu em Moscovo, onde conheceu Nina, e após o seu regresso a Portugal, a dupla empenhou-se na tradução de obras russas. Juntos, traduziram mais de 70 títulos, enquanto Filipe também traduziu individualmente obras de outros idiomas, somando mais de 40 títulos no total.
Com um legado que inclui obras marcantes como "Os Irmãos Karamázov" e "Guerra e Paz", Filipe Guerra recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, reconhecendo a sua contribuição irrepreensível à literatura.
Filipe Guerra deixou-nos aos 77 anos, mas o seu trabalho continuará a inspirar futuras gerações de tradutores.