"Francisco Conceição: Uma Perda Excessiva para o FC Porto?"

Francisco Conceição prepara-se para uma transferência definitiva do FC Porto para a Juventus, num negócio que implicará um pagamento de 32 milhões de euros, estruturados ao longo de quatro anos. O jovem extremo, que é filho do treinador Sérgio Conceição, decidiu abdicar dos 20% a que teria direito na transferência, conforme acordado na sua última renovação contratual, ainda sob a direção do antigo presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa.

Durante a época 2024/25, Conceição jogou por empréstimo na Juventus, onde contribuiu para o clube com 10 milhões de euros, incluindo sete milhões fixos e três milhões por qualificação para a Liga dos Campeões. Com 40 partidas disputadas, o atleta registou sete golos e quatro assistências, ajudando a sua equipa a conquistar a quarta posição na Serie A.

Com esta transferência, o FC Porto ultrapassará os 200 milhões de euros em receitas resultantes de vendas de jogadores desde que André Villas-Boas se tornou presidente em 2024. No entanto, Beto Pimparel considera que a permanência de Conceição era essencial para o plantel.

“Na última temporada, Francisco mostrou-se bastante diferente. À sua capacidade técnica, juntou um melhor controlo emocional. A sua experiência em Itália foi crucial para o seu crescimento. O presidente Villas-Boas está a preparar um forte investimento para competir pelo título nacional contra o Sporting e o Benfica e o Francisco seria uma importante adição. Embora não conheça a estratégia do clube, acredito que ele deveria ser reintegrado, especialmente com a alteração na equipa técnica”, afirmou Beto, guarda-redes do FC Porto entre 2009 e 2011.

O ex-jogador destacou ainda como a presença de Conceição poderia ter um impacto positivo na equipe do norte de Portugal. “Comparando com a atual formação, as opções são limitadas. O ataque carece de dinâmicas para apoiar um ponta de lança como Samu, que teve um desempenho decaído na segunda metade da época. O retorno de Conceição aliviaria a pressão sobre Rodrigo Mora, um jovem de 17 anos que não deveria ser sobrecarregado com tamanha responsabilidade, apesar do seu talento”, comentou Beto. “Os adeptos do FC Porto ainda não tiveram a oportunidade de explorar todo o potencial de Francisco, que apenas chegou à equipa principal numa fase vitoriosa do clube, sob a orientação de Sérgio.”

A conquista do título nacional tem estado fora de alcance para o FC Porto nos últimos três anos, uma situação atípica para o clube neste século. A próxima época será, portanto, um grande desafio para o novo treinador, Francesco Farioli.

“É uma tarefa difícil garantir resultados imediatos com uma equipa que será, essencialmente, renovada. Acredito que, além da baliza, seja crucial reforçar todas as posições. Precisamos de um defesa central que seja um verdadeiro líder e melhore todos os companheiros na defesa. No meio-campo, a arte precisa ser aliada à experiência. Temos um bom treinador, que fez um trabalho notável no Ajax, mas o seu sucesso depende dos jogadores. Acredito que o plantel irá sofrer várias alterações para que o FC Porto represente a grandeza que lhe é característica”, concluiu Beto Pimparel, campeão nacional e vencedor da Liga Europa com os dragões na época 2010/11.